“…Além desse posto, Bonifácio acumulou outros cargos, como o de Superintendente do Rio Mondego e Obras Públicas da Cidade de Coimbra (Alvará de 13/07/1807), de Desembargador da Relação do Porto (Carta de 08/08/1806), Lente da Cadeira de Metalurgia da Universidade de Coimbra (Carta Régia de 15/04/1801), Diretor do Curso Docimástico da Casa da Moeda de Lisboa (Decreto de 12/11/1801), Primeiro Secretário da Academia Real das Ciências de Lisboa. Longe da anterior interpretação do 'acúmulo de cargos burocráticos', Bonifácio, nessas posições de poder e prestígio, esquadrinhou o Reino a serviço da Intendência, transformando-a em seu laboratório de pesquisas, sendo dessa fase de atividades sua vasta produção científica(Varela, 2006b).Tendo permanecido trinta e seis anos em Portugal, no ano de 1819, José Bonifácio recebeu autorização do governo para retornar ao 'Reino do Brasil'. A literatura recente já se posicionou contra um certo tipo de historiografia de viés nacionalista, que insiste em identificar como brasileiros ou portugueses aqueles leais e eruditos súditos, que, a exemplo do "português d'Andrada" -"o mais humilde e fiel súdito português"(Lopes, 1990), se dispuseram a aceitar cargos de direção, a esquadrinhar o Reino e o Ultramar, a ser útil ao governo.…”