Potencial para implantação da produção mais limpa em sistemas locais de produção: o polo joalheiro de São José do Rio Preto

Abstract

Os sistemas locais de produção (SLP) têm sido foco de políticas e ações nas esferas internacional e nacional voltadas ao desenvolvimento da competitividade da indústria local com base na dinamização de vantagens de aglomeração. Tais ações e políticas apontam os SLP como vetor de dinamismo econômico que favorece o desenvolvimento local, ressaltando o papel de micro e pequenas empresas (MPE) organizadas em aglomerações industriais. Porém, verifica-se que, nas análises e nas ações de estruturação e promoção dessas aglomerações, a dimensão ambiental recebe tratamento tangencial. Coloca-se, então, a questão sobre como contemplar a referida dimensão no entendimento e no desenvolvimento dos SLP, incorporando o objetivo de prevenir e reduzir os impactos ambientais negativos oriundos das atividades dessas aglomerações. O artigo tem como objetivo analisar as oportunidades para a integração da dimensão ambiental em um grupo de empresas do Polo Joalheiro de São José do Rio Preto-SP, o segundo maior do Estado de São Paulo em confecção de joias em ouro, participantes de um projeto de competitividade executado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). A análise proposta adota a produção mais limpa (P + L) como abordagem e ferramenta de gestão ambiental particularmente adequada para empresas de menor porte e podendo convergir com esforços de inovação tecnológica para, desse modo, constituir uma alternativa para a efetivação de melhoria no desempenho ambiental. Por meio de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, verificou-se que os esforços de atualização tecnológica realizados no polo joalheiro, analisados com base na P + L, permitem a obtenção de benefícios ambientais, econômicos e de saúde e segurança ocupacional a partir da redução no consumo de matérias-primas, água e energia, bem como na geração de resíduos e nas emissões. São identificadas oportunidades para incorporar a dimensão ambiental em políticas e ações para a promoção de SLP, levando em conta as especificidades e a dinâmica tecnológica setorial em MPE.

Environmental Management, Climate Change, CSR, and Governance in Clusters of Small Firms in Developing Countries

“…According to Eisingerich and colleagues (2010), there is a growing recognition that a cluster approach can promote the incorporation of EM concerns in small enterprises. This "green" cluster approach drives the engagement of SMEs in EM (Domingues & Paulino, 2009;Konstadakopulos, 2008).…”

“…In the context of CSR, one of the alternative ways to improve SMEs' environmental performance is to focus on the greening of an industrial cluster (instead of working with individual firms) as many SMEs tend to concentrate in local geographical regions and interact with each other in a specific industry (Blackman & Kildegaard, 2010;Carpinetti, Galdámez, & Gerolamo, 2008;Domingues & Paulino, 2009;Konstadakopulos, 2008;Mbohwa, Rwakatiwana, & Fore, 2010). The literature on CSR in clusters of SMEs is growing but is still limited when compared with the volume of research produced on CSR in large companies (Brío & Junquera, 2003;Fresner, 2004;Heras & Arana, 2010;Lund-Thomsen & Pillay, 2012;MacGregor & Fontrodona, 2011).…”

Avaliação da aplicação das técnicas da Produção Mais Limpa em um laticínio no Sul da Bahia

“…Pimenta & Gouvinhas (2012) state that the adoption of the CP will allow companies to hone the efficiency of their production processes and services, and serve as a search tool for sustainability. Moreover, in small businesses CP does not require sophisticated technologies and radical innovations or major investments, which could result in economic and environmental benefits (Domingues & Paulino, 2009). Thus, based on the work of UNIDO (2002), CNTL (2003), Medeiros et al (2007) and Pimenta & Gouvinhas (2012), it is possible to describe a number of benefits of applying the CP techniques:…”

Sustainability in pelletizing iron ore through the Industrial Ecology and Cleaner Production Program

“…In their absence, recycling measures outside the company can be used (level 3). Domingues and Paulino (2009) define as housekeeping changes to internal processes using creativity, at low cost, without requiring significant technological changes and practices that address the prevention or minimization of waste, effluents and emissions; proper operation of equipment and better internal organization. Costa (2002) points out that the basic idea of the Cleaner Production is based on the recognition that the control of pollutants after they have been generated, a technique known as end-of-pipe, is more expensive than pollution prevention.…”