As práticas integrativas e complementares no campo da saúde: para uma descolonização dos saberes e práticas

Abstract

Resumo O manuscrito, em forma de ensaio, objetiva contribuir para o diálogo entre as abordagens das Epistemologias do Sul e o campo da saúde, com ênfase nas relações entre a biomedicina e os saberes e práticas tradicionais, complementares e integrativos. Essas relações são exploradas a partir da produção do conhecimento sobre as dimensões do saber, do poder e do ser na perspectiva da descolonização. Estudo de natureza teórico-conceitual. A descolonização do saber procura descolonizar a ciência e apropriar-se dela de forma contra-hegemônica, valorizar a interculturalidade, abrindo espaços para a inclusão dos diferentes tipos de saberes e práticas de cuidado. A descolonização do poder supõe a igualdade frente ao livre acesso e exercício dos diferentes tipos de recursos terapêuticos, deixando de tratá-los de forma marginal. A descolonização do ser incorpora práticas terapêuticas no campo da subjetividade, como a religiosidade/espiritualidade e as artes, sendo necessárias para a completude da pessoa. Dos encontros e articulações dessas dimensões emergem ecologias de saberes, abrindo o caminho à descolonização na saúde. O campo da saúde pública tem um papel central a desempenhar nesse processo, mas falta ampliar a sua concepção de saúde, incorporando a sua diversidade e pluralidade de saberes e práticas sociais.

O uso de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde PICS para transtornos mentais / The use of Integrative and Complementary Practices in PICS Health for mental disorders

“…Para Guimarães et al, (2020) torna-se fundamental a elaboração adequada e integral de Atenção á Saúde por parte dos gestores, que possa facilitar o melhor acesso ao uso das PICs, para que os seus usuários tenham ela de forma segura, respeitosa, acessível e efetiva.…”

Práticas Integrativas e Complementares como possibilidade de cuidado em saúde mental

“…Nota-se que o Brasil é um local propício para o uso terapêutico das plantas por possuir em seu território uma das maiores biodiversidades do planeta, contando com a sabedoria de povos indígenas e quilombolas que acumularam conhecimento sobre tais aplicações (Takaki, Modesto & Figueiredo, 2007). Contudo, apesar da aprovação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, por meio do Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006 (Brasil, 2006), observa-se que ainda há pouca valorização dos múltiplos modos de lidar com o processo saúde-doença de nossos povos tradicionais (Guimarães, Nunes, Velloso, Bezerra & Sousa, 2020).…”

As práticas integrativas e complementares em saúde e a qualidade de vida de idosos: revisão integrativa / Integrative and complementary practices in health and the quality of life of the elderly: integrative review

“…Nessa perspectiva, as possibilidades terapeuticas visam o equilibrio entre as dimensões biopsicosociais do ser, sinalizando a necessidade de práticas além do saber biomédico, tais como as Práticas Integrativas e Complementares (PIC). O termo PIC tem sido usado no Brasil para identificar a Medicina Tradicional (MT), a Medicina Alternativa e Complementar (MAC) e a Medicina Integrativa (MI) que, nas últimas décadas, têm sido alvo de atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) para sua introdução na Atenção Primária à Saúde (APS) (3) .…”