RESUMOA desumanização das relações entre os profissionais de saúde e os pacientes estão cada vez mais evidentes. Não nascemos éticos, mas nos tornamos éticos através do nosso desenvolvimento. O presente estudo entrevista enfermeiros que atuam em unidades hospitalares com o objetivo de identificar a representação do "outro" (paciente e familiar) nas relações de Enfermagem e compreender como se dão essas relações. O estudo mostra uma clara dicotomia existente entre a teoria e a prática; os enfermeiros estão, em sua grande maioria, insatisfeitos com o seu trabalho e com o reconhecimento da profissão; tem dificuldade de se comunicar com o paciente sem deixar de demonstrar autoridade; e reconhecem a importância da família, porém ainda não conseguem lidar com ela. Descritores: Enfermagem; Relações interpessoais; Ética de enfermagem; Comunicação.
ABSTRACT
The lack of humanization between health professionals and patients are becoming more common. We are not ethical, but we become ethical through our behavior. The hereby study interviews nurses who act in the hospital departments with the objective to identify the representation of the "other" (patient and familiar) in the relationship
INTRODUÇÃOEm nenhum momento da história humana, a ciência e a técnica colocaram tantos desafios à ética como hoje. Enfrentamos uma decadência do comportamento humano. As relações pessoais estão perdendo a densidade ética e as estruturas sociais tornando-se, cada vez mais, francamente a-éticas (1) . A desumanização das relações entre os profissionais de saúde e os pacientes tem sido uma das principais causas apontadas para o aumento de denúncias e processos de promoção de responsabilidade jurídica contra os profissionais de saúde. As reclamações não se restringem às "faltas" técnicas, mas relacionam-se também com o descumprimento do dever de solidariedade, com agressão ao direito de liberdade, de locomoção, de segurança, de informação, de emissão do livre consentimento e de privacidade (2) .Não nascemos éticos, mas nos tornamos éticos através do nosso desenvolvimento. Isso quer dizer que passamos dos direitos humanos a uma ética das relações que, não sendo inata, deve ser apreendida por todos os indivíduos que desejam se relacionar. "Sem acesso ao outro, que é diferente