O objetivo do trabalho é apresentar a vulnerabilidade externa brasileira na década de 1980, em sua esfera financeira, decorrente dos estoques externos. Defende-se a hipótese de que, historicamente, um dos elos mais importantes da interação entre os fluxos e os estoques externos brasileiros está na sua circularidade. Para as análises em tela, realiza-se uma estimativa da Posição Internacional de Investimentos para os anos 1980 que é inédita – já que esses dados não são disponibilizados por nenhuma fonte oficial –, constituindo-se como uma das contribuições do artigo. Ademais, apresenta-se uma estimativa – também inédita – da rentabilidade desses estoques externos, além de alguns indicadores de endividamento externo. A partir desses dados, o artigo analisa o período marcado pela crise da dívida externa no Brasil, concluindo que os saldos positivos gerados pelas exportações serviram apenas para amenizar a circularidade entre a Posição Internacional de Investimentos e as rendas enviadas, atenuando o aumento do passivo externo líquido ao longo do período analisado e gerando, em contrapartida, um baixo dinamismo econômico e o aumento das pressões inflacionárias.