Desenvolvimento e desequilíbrio industrial no Rio Grande do Sul: uma análise secular evolucionária

Abstract

O presente artigo aplica as abordagens institucionalista e neoschumpeteriana para compreender a dinâmica de desenvolvimento industrial e a consequente evolução do desequilíbrio econômico do Rio Grande do Sul. A hipótese é que se originaram dois path dependencies, um dinâmico e outro não, determinados, amplamente, por fatores tecnológicos e pelas matrizes institucionais das duas "metades". Elementos, de larga duração, presentes no percurso original, como direitos de propriedade, aprendizagem, estrutura social, ideologia, hábitos, políticas públicas e inovações, produziram estruturas industriais locais e particulares, capazes de explicar a trajetória de desenvolvimento industrial e o desequilíbrio regional contemporâneo deste estado. A análise evolucionária mostra dois períodos cruciais para o entendimento do desenvolvimento industrial gaúcho: o começo da Primeira República e o início da segunda metade do século XX. Nesses dois momentos, a economia gaúcha encontrava-se em crise, vindo logo em seguida a reestruturar-se. A região responsável pela mudança tecno-produtiva, nos dois períodos, foi a Metade Norte, consolidando-se como matriz industrial dinâmica do Estado do Rio Grande do Sul.

Circulação Inter-Regional Na Construção Da Formação Territorial Brasileira

“…Por exemplo, o alegado "atraso político" dessas oligarquias regionais ganhou amparo no conceito de patrimonialismo 2 , cunhado para destacar a influência das famílias que reuniam muitas terras e escravos na formação de uma estrutura político-administrativa hierarquizada e centralizada por todo o período colonial e imperial (AREND e CARIO, 2005;FAORO, 1958;CARDOSO, 1977). A forte carga valorativa desse conceito deixa passar que antes do patrimonialismo representar uma formação política atrasada, demonstrava-se uma fórmula funcional de inclusão das demandas das elites regionais nos "interesses de Estado".…”

De Que Paisagem Estamos Falando?: O Lugar Do Conceito De Paisagem Nos Principais Referenciais Curriculares Nacionais

“…A abordagem Neoschumpeteriana considera, além da inovação, a mudança técnica como eixo do processo que explica o desenvolvimento de setores e de empresas e marco para análises de desempenho econômico, e compreensão dos desequilíbrios econômicos. Considera as instituições para definir padrões ou trajetórias de desenvolvimento econômico (AREND; CARIO, 2010).…”

Desenvolvimento socioeconômico de Santana do Livramento: uma análise pelo IFDM

“…No entanto, o estado do Rio Grande do Sul demonstra diferenças regionais importantes. A metade norte do estado conseguiu alcançar um nível de desenvolvimento via da industrialização, enquanto a metade sul manteve as características históricas de concentração fundiária e ênfase na produção agropecuária, com baixa industrialização (AREND; CARIO, 2010).…”