ResumoEste artigo analisa a evolução da estrutura tecnológica brasileira em áreas com potencial de mitigação de mudanças climáticas no período pós-Kyoto. A partir da constituição de uma base de dados original com patentes relacionadas às mudanças climáticas, propõe-se interpretar as transformações ocorridas na estrutura da especialização tecnológica do Brasil, bem como a evolução do seu desempenho em comparação a países selecionados. Os resultados da estimação de vantagens tecnológicas relativas mostram que o Brasil não acompanhou a dinâmica internacional e reduziu seu número absoluto de áreas com especialização tecnológica.A aplicação do método de decomposição estrutural revelou que o aumento da sua participação internacional é explicado, em sua maior parte, pelo efeito technology share, ou seja, a parte do crescimento que se deve ao dinamismo da sua atividade patenteadora. Nesse sentido, o país foi capaz de abandonar áreas estagnadas e os resultados seriam ainda mais favoráveis se contasse com uma melhor estrutura de especialização no período inicial.