Doutora em Sociologia (UnB). Mestra em Filosofia (UFSM). Graduada em Filosofia (UFSM). Artigo recebido em 20/07/2011 e aprovado em 25/04/2012. SUMÁRIO: 1 Introdução: para além de essencialismos e seus riscos 2 Distribuição de reconhecimentos e igualdade 3 Toda paternidade é legítima, toda paternidade é política 4 Governantes: referenciadores de discursos e de práticas sociais 5 Os processos históricos são coletivos, as decisões são individuais 6 Resistências, reconfigurações patriarcais, solidariedades masculinistas 7 Ronaldo, Neymar, Pelé: diferentes gerações, diferentes escolhas 8 Outra América Latina é possível, outras paternidades são possíveis 9 Conclusão: Feminismos-Demandas por aperfeiçoamento da democracia 10 Referências. RESUMO: Este artigo focaliza paternidades como, inescapavelmente, exercícios políticos: em práticas patriarcais ou em práticas cidadãs e igualitaristas, vinculadas a relações sociais-de sexo/gênero, raça/etnia, regionalidades, etc.-que produzem e sustentam estratificações e, também, dinâmicas com possibilidades de promover transformações. Na América Latina encontramos situações de pioneirismo como no México-que, em 1928, estabeleceu a igualdade entre todas/os as/os filhas/os-e no Peru-que, em 2005, aprovou a lei da inversão do ônus da prova da paternidade. Considerando serem as autoridades figuras públicas referenciadoras de discursos e práticas sociais, comportamentos diante da paternidade de alguns governantes na América Latina serão apresentados e analisados.