Este artigo tem como objetivo analisar a paternidade quanto ao exercício do reconhecimento geracional, com dimensões formal-legal e afetivo-social igualmente importantes, que colocam, ao pai-cidadão, demandas políticas com a perspectiva de uma democracia expandida. Em um e outro nível, o não-reconhecimento paterno de crianças brasileiras é aqui interpretado como a persistência de antigas práticas patriarcais, nas quais o arbítrio masculino foi - e tem se mantido - naturalizado. A superação de relações sociais patriarcais é um imperativo tanto para a efetivação do direito à igualdade de todas as crianças à filiação paterna - nascidas em relações eventuais ou estáveis, no casamento ou fora dele - e para o desenvolvimento da solidariedade como promotora da igualdade de responsabilidades e direitos entre mulheres e homens relativamente à parentalidade, quanto para a abertura de espaços a novas vivências parentais, como a pluriparentalidade e a homoparentalidade.
This article examines the ways mass media deal with extreme gender violence against women: feminicide. If one who commits a feminicide reiterates gender issues when he practices this crime, the analysis of an array of material gathered in the media about feminicides taken place in Brazil -especially, in Brasília (DF), in 2015 and 2016,-also points to the practice of a pedagogy of cruelty, by way of which the media teaches society not to feel empathy for the victim (SEGATO, 2016). The material is predominantly discontinuous and punctual, provoking a feeling that feminicides are isolated facts. Getting closer to the subject, we were able to verify that in Brazilian society there is a phenomenon called femigenocide, due to the magnitude of the problem and the intensification of the perversities (THURLER, 2017). The discourse within media needs to adopt gender perspectives and register the processes experienced by women towards a greater protagonism.
Doutora em Sociologia (UnB). Mestra em Filosofia (UFSM). Graduada em Filosofia (UFSM). Artigo recebido em 20/07/2011 e aprovado em 25/04/2012. SUMÁRIO: 1 Introdução: para além de essencialismos e seus riscos 2 Distribuição de reconhecimentos e igualdade 3 Toda paternidade é legítima, toda paternidade é política 4 Governantes: referenciadores de discursos e de práticas sociais 5 Os processos históricos são coletivos, as decisões são individuais 6 Resistências, reconfigurações patriarcais, solidariedades masculinistas 7 Ronaldo, Neymar, Pelé: diferentes gerações, diferentes escolhas 8 Outra América Latina é possível, outras paternidades são possíveis 9 Conclusão: Feminismos-Demandas por aperfeiçoamento da democracia 10 Referências. RESUMO: Este artigo focaliza paternidades como, inescapavelmente, exercícios políticos: em práticas patriarcais ou em práticas cidadãs e igualitaristas, vinculadas a relações sociais-de sexo/gênero, raça/etnia, regionalidades, etc.-que produzem e sustentam estratificações e, também, dinâmicas com possibilidades de promover transformações. Na América Latina encontramos situações de pioneirismo como no México-que, em 1928, estabeleceu a igualdade entre todas/os as/os filhas/os-e no Peru-que, em 2005, aprovou a lei da inversão do ônus da prova da paternidade. Considerando serem as autoridades figuras públicas referenciadoras de discursos e práticas sociais, comportamentos diante da paternidade de alguns governantes na América Latina serão apresentados e analisados.
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