Este artigo é baseado em parte dos dados da tese de Doutorado apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília pela primeira autora, sob a orientação da segunda. As autoras agradecem o apoio concedido pelo CNPq.
Padrões de Interação Genitores-Crianças com e sem Síndrome de Down
AbstractLiterature about family interactions of Down's syndrome children is scarce, especially regarding the father's involvement. This study compares the family interactions between two groups of pre-school children, one with Down's syndrome and the other with a typical development, highlighting the continuities and changes in their styles of family interaction for a period of two years. Ten families were visited in their homes and the child-mother, child-father, and child-mother-father interactions that developed during 'free activities' were recorded on video. 1050 minutes of video were analyzed by direct observation. The results show us that there are similarities but also differences in the frequency of activities, family member participation, and quality of parent-child interactions. And, that the families are dissimilar as to the patterns of stability and change, as time elapses. We suggest that it is very important to include the father and siblings in researches and to analyze the observational data considering the interactions of dyads, triads, and tetrads. Keywords: Family interactions; parental relationships; Down syndrome children; direct observation methodology.Os estudos na área de deficiência mental e família, especialmente aqueles que se referem às investigações sobre as relações parentais, têm focalizado dois aspectos primordiais para a compreensão do desenvolvimento: (a) como e de que forma os genitores comportam-se e respondem às suas crianças e (b) como os aspectos do comportamento parental afetam e são afetados pelos diferentes aspectos do comportamento e desenvolvimento da criança (Berger, 1990). Para responder às questões de pesquisa, os pesquisadores têm recorrido cada vez mais à abordagem sistêmica da família, que prioriza não só a unidade mínima de aná-lise, isto é, as díades, como também os demais níveis, as tríades e tétrades, levando em consideração as inter-relações do sistema familiar com os demais sistemas ecológi-cos (Dessen, 1997;Kreppner 2000). A adoção do modelo sistêmico tem contribuído para a produção de um conhecimento relevante sobre as relações familiares e para unificar as pesquisas na área da psicologia da família.Para compreender melhor a dinâmica do funcionamento das famílias, é necessário focalizar todos os subsistemas familiares, incluindo, além dos subsistemas parental e conjugal, o de irmão-irmão, avós-netos, dentre outros considerados relevantes para responder as questões do estudo. Nesta pesquisa, priorizamos o subsistema genitores-criança, pois as interações desenvolvidas neste subsistema exercem influência preponderante no desenvolvimento da criança, com implicações para os estágios subseqüentes do curso de vida (Kreppner, 2000). Mas, as análises do subsistema parent...