E stima-se a existência de mais de 200 espécies de batatas silvestres e oito espécies botânicas cultivadas, destacando-se, dentre as últimas, a espécie Solanum tuberosum L. que possui maior interesse econômico e que vem sendo cultivada na maioria dos países produtores (Filgueira, 2000).Dentre os problemas que limitam o cultivo desta espécie, destacam-se doenças e pragas, cujo controle químico requer gastos elevados que giram em torno de 19% do custo de produção (Curzio, 1993). Juntamente com os pulgões Myzus persicae (Sulz.) e Macrosiphum euphorbiae (Thomas); e as traças Phthorimaea operculella (Zel.) e Tuta absoluta (Meir.); as vaquinhas Diabrotica sp. e Epicauta atomaria (Germ.) são apontadas como as principais pragas da cultura, sendo seu grau de importância variável de uma região para outra podendo reduzir a produção em até 33% (França e Barbosa, 1987 A espécie D. speciosa ocorre em vários países produtores de feijão e outras leguminosas nas Américas (Souza, 1987). No Brasil, encontra-se difundida em todo território nacional, sendo considerada praga principal ou secundária de várias culturas (Lorenzato, 1984; Magalhães e Carvalho, 1988), em especial leguminosas, cucurbitáceas e solanáceas. As larvas desse inseto causam danos nos tubérculos e nas plantas, na fase de brotação e emergência (Ferro e Boiteau, 1993). Os adultos alimentam-se das folhas e possuem o hábito constante de voar de uma planta para outra. De acordo com Cranshaw E Radcliffe (1980), quando os adultos promovem desfolha de até 35% no início do ciclo da cultura, a planta consegue boa recuperação, porém, se a mesma for mais intensa, próxima ou acima de 70, as perdas na produção serão significativas.Em face dos efeitos indesejáveis do uso de inseticidas, outros métodos de controle das pragas da batata vêm sendo analisados. Um deles, bem promissor, é o uso de plantas resistentes, que oferece uma série de vantagens, inclusive a de se integrar perfeitamente em programas de manejo de pragas, conforme se pode observar em inúmeros exemplos citados por Lara (1991).O presente trabalho objetivou avaliar a resistência de genótipos de batata, abrangendo linhagens introduzidas dos EUA e/ou melhoradas pela Embrapa Hortaliças e cultivares, ao crisomelídeo D. speciosa, em condições de campo, e a preferência alimentar de adultos, em laboratório.
MATERIAL E MÉTODOS
RESUMOAvaliaram-se os danos causados por larvas e por adultos de Diabrotica speciosa (Germar) sobre tubérculos e folhas de quatorze genótipos de batata, através de ensaios com e sem chance de escolha, realizados no período de 2000 a 2002, sob condições de campo e de laboratório. Utilizaram-se os genótipos Achat, Apuã, Aracy, Aracy Ruiva, Ibitu Açu, Itararé, Bintje,. Em ensaios onde se avaliou o dano provocado por larvas nos tubércu-los, observou-se alta resistência em 'NYL 235-4' e '288.776-6', enquanto que Aracy, Apuã e Itararé revelaram-se suscetíveis. Em ensaios de preferência para alimentação com adultos de D. speciosa, constatou-se altos níveis de resistência em 'Itararé', foi observada resistê...