Atuação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família no fortalecimento da atenção primária: experiências dos agentes comunitários

Abstract

Resumo O objetivo do estudo foi analisar o trabalho dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e a metodologia do apoio matricial como elementos de fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS), a partir das perspectivas e vivências dos agentes comunitários de saúde (ACS). Estudo qualitativo, realizado em seis municípios da Bahia. Os dados foram obtidos por entrevistas semiestruturadas com 43 ACS e observações de campo. Utilizou-se matriz analítica fundamentada nos atributos da APS abrangente: acesso, longitudinalidade do cuidado, resolutividade e orientação para a comunidade. Os resultados evidenciaram barreiras no acesso e limitações na aceitabilidade das ações coletivas. Evidenciaram-se atuação restrita na longitudinalidade e comprometimento no vínculo entre apoiadores e usuários. Destacou-se o incremento de atividades na saúde da família, embora tais ações contribuam timidamente para a resolutividade dos casos. As especificidades do território foram pouco consideradas e a participação comunitária não é devidamente estimulada. Por sua vez, o trabalho dos núcleos fortalece a intersetorialidade. As vivências dos agentes comunitários revelaram potencialidades e novos desafios na atuação do NASF.

Atitudes relacionadas a colaboração interprofissional entre os profissionais da Atenção Primária em Saúde

“…Países que têm sistemas organizados mediante a APS possuem menores taxas de ocorrências de doenças e de internação, redução de taxas de mortalidade prematura por causas evitáveis, menores custos e maior equidade na oferta de serviços. Porém, no Brasil, tem se tornado comum a existência da rotatividade, isto é, a permanente saída e entrada de pessoal na organização, voluntária ou involuntariamente, o que ocasiona a perda de pessoas estratégicas e prejudica a organização dos sistemas de trabalho (Moreira et al, 2019) Nesse viés, observa-se que a rotatividade entre os profissionais nas equipes da APS prejudica a efetividade nas ações de saúde, já que estes profissionais ficam pouco tempo atuando na área. É, portanto, interessante ressaltar que indivíduos que permanecem muito tempo trabalhando com sua determinada equipe e estabelecendo laços entre a sua comunidade, trabalham de modo diferencial e superior (Tonelli et al, 2018) A formação continuada em saúde (por meio de capacitações e pós-graduação), o tempo de serviço, e tempo de exercício na APS, foram tidas nesse estudo como relativamente significativas para a proposta das práticas colaborativas na EIP.…”

Saúde coletiva: Abordagem teórica e vivências práticas Volume 2

“…A integração do fisioterapeuta, seja por meio do NASF ou diretamente na equipe de base da ESF, poderia equilibrar a limitada oferta de serviços públicos de fisioterapia no Brasil. Desta maneira, atenderia a uma parcela majoritária da população menos favorecida como os idosos, que não têm acesso a serviços de fisioterapia e contribuiria para conter os casos que exigem atenção em saúde de complexidade, como a população hipertensa e diabética, entre outras comorbidades agudas ou crônicas, diminuindo assim os gastos públicos e colaborando com a mudança no modelo assistencial (MOREIRA et al, 2019;RIBEIRO;FLORES-SOARES, 2015).…”

Ações Técnico Pedagógicas do NASF: Uma revisão integrativa de literatura / NASF technical pedagogical actions: An integrative literature review

“…Quanto a organização do trabalho, no que diz respeito as ações técnicopedagógicas, todos os artigos apresentaram pelo menos a noção delas. As ações mais frequentes foram: discussão e gestão de casos com EqSF 20,22,-25,27,30-38,41-44, ; discussões e/ou reuniões sobre processo de trabalho e intervenções no território 20,-,27,30-32,36,38,40-44 ; realização de atividade de EP, incluindo as educativas 19,20,21,23,30,31,32,33,36,37,39,40,41,42,43,,44 , que envolvem orientações, palestras e vivências, sobre agravos mais incidentes, demandas prioritários e áreas priorizadas pela gestão, e de capacitação [21][22][23]25,26,28,30,[32][33][34]36,38,39,[41][42][43][44] , sobre o próprio método do AM e dos processos de trabalho; e, participação e realização de atividades de grupo terapêuticos, temáticos e oficinas: como grupos de acompanhamento infantil pela fonoaudiologia; de saúde mental; de hipertensos e diabéticos, entre outros temas e especialidades [19][20][21][22][23]28,29,31,33,39,43,44 . Em menor frequência foram encontradas: elaboração de PTS individuais e coletivos 19,20,32,34,42,43,44 , e participação em atividades coletivas e conjuntas no território, como auxiliar no diagnóstico do território e levantamento da demanda…”

“…Enquanto, as menos frequentes foram: CA 30,31,32,38,40 e PST 19,30,32,36,39,42,43 . Na grande maioria dos artigos [19][20][21][22][23]25,[28][29][30][31][32][33][34]36,39,[42][43][44] , o público-alvo das ações se refere tanto aos profissionais quanto aos usuários, apenas 8 artigos apresentaram direcionamentos apenas á profissionais ou usuários 24,26,27,37,38,40,41 . Metade dos artigos não citaram quais são os profissionais responsáveis pela condução dessas ações 19,20,22,24,26,29,32,33,37,[40][41]…”