2015
DOI: 10.1590/s0103-73312015000400011
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Medicalização: uma crítica (im)pertinente? Introdução

Abstract: No artigo, interrogamos o conceito de medicalização, explorando as possibilidades abertas pelos escritos de Michel Foucault. A partir desse referencial, buscamos analisar a Medicina enquanto uma estratégia de saber e poder que responde a múltiplos e variados interesses em disputa no campo social. Realizamos breve levantamento sobre algumas concepções centrais concernentes à tradição crítica do fenômeno da medicalização e procuramos, sob a influência dos estudos arqueogenealógicos foucaultianos, repensar alguma… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1

Citation Types

0
1
0
28

Year Published

2017
2017
2022
2022

Publication Types

Select...
8

Relationship

0
8

Authors

Journals

citations
Cited by 27 publications
(29 citation statements)
references
References 14 publications
0
1
0
28
Order By: Relevance
“…Com essa transformação, as pessoas se tornaram consumidoras, diminuindo a capacidade de buscar autonomia para sua saúde. Illich defende que a medicalização faz parte da cultura popular, à medida que o indivíduo aceita, como natural, o fato de depender de cuidados médicos ao longo da sua vida, submetendo-se às prescrições de especialistas da saúde, permitindo que gerem seus passos e sua vida, domesticando-o, fazendo-o pertencer, ao longo de sua existência, a alcovas específicas e especializadas (Baroni, Vargas, & Caponi, 2010;Lima & Caponi, 2011;Gaudenzi & Ortega, 2012;Zorzanelli et al, 2014;Sanches & Amarante, 2014;Barbiani et al, 2014;Carvalho, Rodrigues, Costa, & Andrade, 2015). Na mesma direção de Illich, Thomas Szasz usa o conceito de medicalização para explicar que a medicina se apropria dos comportamentos transgressivos e desviantes das normas sociais vigentes para tratá-los como transtornos de ordem médica.…”
Section: A Transitividade Do Conceito De Medicalizaçãounclassified
“…Com essa transformação, as pessoas se tornaram consumidoras, diminuindo a capacidade de buscar autonomia para sua saúde. Illich defende que a medicalização faz parte da cultura popular, à medida que o indivíduo aceita, como natural, o fato de depender de cuidados médicos ao longo da sua vida, submetendo-se às prescrições de especialistas da saúde, permitindo que gerem seus passos e sua vida, domesticando-o, fazendo-o pertencer, ao longo de sua existência, a alcovas específicas e especializadas (Baroni, Vargas, & Caponi, 2010;Lima & Caponi, 2011;Gaudenzi & Ortega, 2012;Zorzanelli et al, 2014;Sanches & Amarante, 2014;Barbiani et al, 2014;Carvalho, Rodrigues, Costa, & Andrade, 2015). Na mesma direção de Illich, Thomas Szasz usa o conceito de medicalização para explicar que a medicina se apropria dos comportamentos transgressivos e desviantes das normas sociais vigentes para tratá-los como transtornos de ordem médica.…”
Section: A Transitividade Do Conceito De Medicalizaçãounclassified
“…Nesse discurso está presente a lógica do incentivo ao consumo, da automedicação e da medicalização como cultura (CARVALHO et al, 2015;MACHADO;LESSA, 2012;FOUCALT, 2010;NASCIMENTO, 2005).…”
Section: Invisibilidade Da Escola Na Discussão Sobre O Uso Racional Dunclassified
“…Medicina biotecnológica e o fenômeno da (bio)medicalização: tensões e disputas no campo das práticas de cuidado em saúde Biotechnology medicine and the phenomenon of (bio) medicalization: tensions and disputes in the field of health care practices Medicina biotecnológica y el fenómeno de la (bio)medicalización: tensiones y disputas en el campo de las prácticas de cuidado en salud Sergio Resende Carvalho (a) Cathana Freitas de Oliveira (b) Henrique Sater Andrade (c) ( Observamos que os autores do artigo se afastam da leitura e da perspectiva crítica, hegemônica no Brasil, da medicalização como algo suspeito e perverso que derivaria da incorporação de problemas não médicos ao aparato da Medicina, sendo este um fenômeno no qual os profissionais, médicos principalmente, teriam o direito e o dever de interferir sobre problemas sociais diversos, o que resultaria na ampliação de mecanismos de controle e na vigilância de indivíduos e população 2,3 . Buscam, nesse contexto, atualizar o debate sobre essa problemática trazendo um aporte a um conjunto de investigações críticas que têm refletido sobre as mudanças dos fatores geradores da medicalização 2 ; a perda da acurácia analítica, banalização e transitividade do conceito 3,4 ; a possibilidade de ocorrência de processos de medicalização com conotação positiva 5,6 ; para o papel ativo dos indivíduos na sua condição de sujeitos livres e reflexivos, para o processo de automedicalização e para o influente papel das biotecnologias na conformação de novos saberes e práticas de cuidado em saúde 7,8 .…”
unclassified
“…Buscam, nesse contexto, atualizar o debate sobre essa problemática trazendo um aporte a um conjunto de investigações críticas que têm refletido sobre as mudanças dos fatores geradores da medicalização 2 ; a perda da acurácia analítica, banalização e transitividade do conceito 3,4 ; a possibilidade de ocorrência de processos de medicalização com conotação positiva 5,6 ; para o papel ativo dos indivíduos na sua condição de sujeitos livres e reflexivos, para o processo de automedicalização e para o influente papel das biotecnologias na conformação de novos saberes e práticas de cuidado em saúde 7,8 . No texto, os autores discutem um conjunto extenso de questões que, sem sombra de dúvida, constitui um aporte importante para os debates sobre políticas públicas, gestão de organizações e processos de trabalho e práticas clínicas no contemporâneo.…”
unclassified
See 1 more Smart Citation