Movimentos de mudança na formação em saúde: da medicina comunitária às diretrizes curriculares

Abstract

Este ensaio busca refletir as diversas iniciativas pró-mudança na formação superior em saúde implantadas no Brasil. Esta análise histórica faz-se necessária tendo em vista a importância da sistematização e difusão das experiências anteriores para o auxilio na construção das novas propostas pró-mudança. Estamos hoje refletindo sobre processos ativos de ensino-aprendizagem por termos vivenciado propostas como a da Medicina Comunitária, o Projeto de Integração Docente Assistencial, o Programa UNI, o movimento da Rede UNIDA, a Lei de Diretrizes Curriculares, Educação Permanente em Saúde e o Curso de Ativadores. Avançamos a partir da construção da tentativa anterior. Não é necessária a descoberta da roda a todo momento. Ela pode ser adaptada e voltar a girar. O olhar para as experiências do passado e para as necessidades do presente ajuda na construção do futuro almejado.

Programa De Educação Pelo Trabalho Para a Saúde (Pet-Saúde) E a Formação Do Nutricionista Num Campus De Interiorização

“…Nesse sentido, o desenvolvimento de grupos PET-Saúde constitui a base para novas diretrizes curriculares como parte de um processo histórico, dinâmico e coletivo de avaliação e aprimoramento, tanto da formação superior em saúde, como das políticas e programas que orientam essa formação. 5,6 O nutricionista é um profissional de saúde que tem como objeto de trabalho a alimentação humana, seja na dimensão individual ou coletiva. 7 As orientações curriculares para a formação do nutricionista vêm sendo influenciadas por mudanças diversas ocorridas no ensino superior brasileiro e pela própria reorganização das práticas de saúde advindas da criação do SUS.…”

A Influência De Programas De Reorientação Da Formação Em Cursos Da Área Da Saúde

“…1,2 A formação fragmentada não possibilita a integração e a aproximação à realidade e ocasiona a perda da criatividade e da capacidade de invenção. 3 Vários movimentos sociais têm questionado a necessidade de mudança do ensino na área da saúde, principalmente para atender ao sistema de saúde vigente e às reais necessidades da população.…”

“…A Reforma Sanitária foi aprovada, em 1988, pela Constituição Federal e, no ano de 1990, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS). 1,2 A criação do SUS propulsionou a demanda por profissionais de saúde com habilidades para atuar em um modelo humanizado e universal, sendo indispensável considerar os aspectos referentes a suas respectivas formações. O desafio de transformar o perfil dos profissionais de saúde fez com que o Ministério da Educação (MEC) extinguisse os currículos mínimos preestabelecidos e aprovasse a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996.…”

Understanding the curriculum the light of training guiding health in Brazil

“…There has also been a utilization of traditional teaching models which prioritize intense specializations and procedural sophistications. This ignores fundamental pedagogical strategies in teaching and the construction of collective knowledge (5,6) . Since the ratification of the National Syllabus Guidelines (hereafter DCN) for courses in health care between 2001 and 2004, efforts have been underway to change the professional profile so that "the proposed syllabuses should build an academic and professional profile that cover competences, skills and relevant content inside a perspective and contemporary approach pertinent to training.…”