Educação, militantismo católico e filosofia no Brasil

Abstract

Este artigo propõe uma reflexão sobre a relação entre educação, militância política católica e Filosofia no Brasil. Trata-se de pensar como a passagem pelo militantismo político em movimentos de juventude católica (Juventude Universitária Católica e Juventude Estudantil Católica) se constituiu em um lócus de socialização importante para os mentores dos primeiros dispositivos que contribuíram para a institucionalização da produção filosófica universitária no Brasil. O material empírico coletado para análise foi composto de entrevistas semi-estruturadas com 17 filósofos, observações etnográficas, depoimentos publicados, além de informações coletadas na base de dados institucionais (Plataforma Lattes, CNPq).

A práxis de Lebret: economia humana, desenvolvimentismo católico e a industrialização do Nordeste

“…O MEB procurava reduzir o analfabetismo e ampliar a educação popular, mas também politizar, especialmente, os trabalhadores do campo. Entre 1961 e 1965, o MEB congregou milhares de militantes católicos a partir das ações educacionais e voluntárias em âmbito nacional, que atingiram 380 mil alunos (Ferreira 2009a).…”

Economia Humana e desenvolvimentismo católico: o pensamento e a ação de Louis-Joseph Lebret no Brasil

“…Além da importância das ações pastorais apoiadas pelo dominicano nas favelas do Rio (RIOS, 2012;VALLADARES, 2005;ANGELO, 2010a), também tiveram grande impacto social no país, entre os anos 1950 e 60, aquelas empreendidas pelo Movimento pela Educação de Base (MEB), organizado incialmente por leigos e clérigos católicos, com apoio da CNBB (QUIROGA, 2011). O movimento se disseminou pelo país e foi, mais tarde, incorporado como política governamental (FERREIRA, 2009a).…”