Ali onde governa, deve-se atender ao que existe, para governar bem; e o bom governante na América não é aquele que sabe como o alemão governa ou o francês, mas o que sabe com que elementos que seu país está composto e como pode ir guiando-os unidos para chegar, por métodos e instituições nascidas do próprio país, àquele estado desejável onde cada homem se conhece e se exercita, e desfrutam todos da abundância que a natureza colocou para todos no povo que fecundam com o seu trabalho e defendem com as suas vidas. O governo tem que nascer do país. O espírito do governo tem que ser do país. A forma de governo tem que se ajustar à constituição própria do país. O governo não é mais do que o equilíbrio dos elementos naturais do país" (Martí, 2011). Introdução No século XIX, aspirava-se à libertação dos países colonizados. No século XX, falava-se em revolução de largas proporções na América Latina e Caribe. Desde o momento em que se deu o encontro dos mundos, movimentos libertários evidenciaram o grau de opressão do sistema de dominação europeu -falase da transformação do sistema colonial no presente colonialismo do poder, do saber e do ser. 2 Desde os primórdios da emergência de um pensamento crítico nas colônias americanas, ansiava-se pelo reconhecimento da singularidade das realidades e povos que aqui viviam e sua dignidade humana. A aproximação atual entre países periféricos na política internacional, o que conforma o Sul global, é uma tendência desejável e natural. Há um passado histórico comum que une esses povos e nações em torno dos fenômenos sociais da miscigenação biológica e cultural, da construção de uma identidade