A ética na literatura: leitura de "Mineirinho", de Clarice Lispector

Abstract

O presente estudo aborda o texto "Mineirinho", de Clarice Lispector, buscando a partir dele depreender uma visão da constituição do sujeito à luz de alguns aspectos da psicanálise. A leitura analítico-interpretativa identifica os procedimentos estilísticos e temáticos que alicerçam o texto, desvendando suas implicações éticas e estéticas. Ao comentar a morte de um bandido pela polícia carioca nos anos 1960, a autora põe em xeque afirmações ideológicas tidas como inequívocas e subverte categorias políticas e sociais que se querem absolutas. No horizonte da interpretação proposta, o texto problematiza, ainda, as noções de normalidade e loucura, bem como as relações entre história social e trajetória individual.

Criando o indizível

“…Lispector (1977) cita o texto "Mineirinho", que, segundo ela, era, juntamente com o conto "O Ovo e a Galinha", um dos seus favoritos. Ao discorrer sobre "Mineirinho", texto que conforme apresentado no trabalho de Rosenbaum (2010) foi inspirado por um acontecimento real, nota-se certa revolta acerca da situação descrita na história, pois Mineirinho "morreu com treze balas, quando uma só bastava. (...) O resto era vontade de matar" (Lispector, 1977).…”

“…(...) O resto era vontade de matar" (Lispector, 1977). Rosenbaum (2010), ao comentar brevemente a entrevista cedida por Clarice, coloca esse resto, apontado pela escritora, como possível combustível para a escrita de Lispector.…”

‘Salir al otro’: afectividad y justicia en “Mineirinho”, de Clarice Lispector

“…En esta colaboración, independientemente de la concreta orientación ideológico-jurídica que la alimenta -muy crítica con las respuestas institucionales que, como las contenidas en el Código penal brasileño de 1940, articulaban mecanismos jurídicos de control, represión y exclusión social -se nutre, en realidad, de argumentos que no tanto proceden del ámbito jurídico-civil o penal y sí más bien de la Historia del pensamiento jurídico y la Teoría general del Derecho; en la primera, por ejemplo, respecto de doctrinas contractualistas ligadas a la constitución filosofíco-penal del Estado, y en la segunda a conductas calificadas con los operadores deónticos primarios o fundamentales obligatorio, prohibido o permitido (Hohfeld, 1917;1919;2001;2008). En cualquier caso, lo en verdad relevante resulta de comprobar que esas mismas cuestiones jurídico-técnicas referidas a lo permitido y lo prohibido "serán nucleares sus futuras historias" (Gotlib, 1995, p. 148;2007, p. 173 (Machado, 1989;Waldman, 1992Waldman, , 1993Waldman, e 2001Rosenbaum, 2010;Cruz, 2010;Alves, 2013) En ese sentido propongo considerar que la posible implicación 'Derecho y Literatura' contenida en el texto de Mineirinho, 1) sería de naturaleza narrativa, 2) estaría desarrollada con base a un proceso de extraterritorialidad del sujeto narrativo, 3) discurriría hasta un punto límite territorial ulterior a la narrativa comunitaria, y 4) ultrapasando esa clausura narrativa, que estaba prohibido abandonar, desembocaría en la salida al otro. (Lispector, 1964, p. 252-253;1999a, p. 123-124) 9 .…”

Uma ideia de prosa em A hora da estrela: Ensaio. Bordas. Testemunho

“…(ROSENBAUM, 2010) Em diferentes textos e de diferentes modos Clarice fala que gostaria de poder dizer por eles, por estas personagens, por estes 'outros', fazendo ouvir seus silêncios e suas palavras desarticuladas. Essas figuras vagam sem importância, sem um lugar social, cultural e, inclusive, de subjetivação.…”