2004
DOI: 10.1590/s0103-40142004000100022
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A política dos homens de cor no tempo da Independência

Abstract: O AUTOR analisa o movimento político pelo qual homens negros e pobres manifestaram o seu descontentamento contra a monarquia portuguesa e contra a sociedade escravista na Bahia, em 1798. O regionalismo baiano inspirou a exaltação deste movimento, batizado então de Inconfidência Baiana, mais radical nos propósitos de independência do Brasil e mais republicano do que a Inconfidência Mineira porque portador dos anseios das classes subordinadas do Brasil colonial.
THE AUTHOR analyzes the political movement thro…
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“…Do mesmo modo que os brancos, negros e mestiços livres também assistem ao teatro constitucional do mundo atravessando um período de formação e pedagogia política (ASSUNÇÃO, 2011). Demandam participação efetiva na reorganização do poder na revolta de 1798 no Recôncavo baiano, mobilizam-se na malfadada Revolução de Pernambuco de 1817 e engajam-se de corpo e alma na crise de Independência de 1822 (TAVARES, 1975;JANCSÓ, 1996;KRAAY, 2001;ARAÚJO, 2004;MATTOSO, 2004;QUEIROZ, 2017). Suas ações no interior desses movimentos reforçam a ideia de que a luta do liberalismo contra o poder instituído implica sempre mobilização coletiva em maior escala, o que no Brasil significava, inevitavelmente, maior abrangência sociorracial (JANCSÓ, 1996).…”
Section: Estados Unidos: O Valor Do Valorunclassified
“…Do mesmo modo que os brancos, negros e mestiços livres também assistem ao teatro constitucional do mundo atravessando um período de formação e pedagogia política (ASSUNÇÃO, 2011). Demandam participação efetiva na reorganização do poder na revolta de 1798 no Recôncavo baiano, mobilizam-se na malfadada Revolução de Pernambuco de 1817 e engajam-se de corpo e alma na crise de Independência de 1822 (TAVARES, 1975;JANCSÓ, 1996;KRAAY, 2001;ARAÚJO, 2004;MATTOSO, 2004;QUEIROZ, 2017). Suas ações no interior desses movimentos reforçam a ideia de que a luta do liberalismo contra o poder instituído implica sempre mobilização coletiva em maior escala, o que no Brasil significava, inevitavelmente, maior abrangência sociorracial (JANCSÓ, 1996).…”
Section: Estados Unidos: O Valor Do Valorunclassified
“…Nem mesmo o preceito filipino da "liberdade natural", estendido aos indígenas, fora reconhecido nos africanos. 13 Como escreve Ubiratan Castro de Araújo, referindo-se a Salvador, para a grande maioria da população urbana composta pelos descendentes de africanos "a cidade é uma prisão", na qual as piores celas estão reservadas aos africanos, vistos como "os mais ferozes dos bárbaros, como os mais escravos entre os escravos" 14 estigma este que serviu à legitimação ideológica do trato negreiro, pois este supostamente não destruía nenhuma legítima família, subtraía aqueles povos do paganismo e misericordiosamente salvava aqueles nativos deles próprios, de sua alegada barbárie. 15 O acirramento e a brutalidade do combate aos indígenas (por longo tempo feitos cativos pelos paulistas e nas capitanias do Norte) e aos quilombolas (em praticamente todas as regiões) acabavam favorecendo a mestiçagem e a busca de integração à sociedade escravista por parte da maioria urbana descendente de africanos e nascidos no Brasil, parte fundamental do povo mecânico, a classe trabalhadora urbana da época.…”
Section: Reivindicações Da Identidade Portuguesa Na América (As Artesunclassified