2003
DOI: 10.1590/s0103-20702003000100005
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A antropologia urbana e os desafios da metrópole

Abstract: O título é "A antropologia urbana e os desafios da metrópole" 1 , mas o primeiro desafio será encontrar o tom certo, pois estão presentes alunos que acabam de ingressar no curso de ciências sociais, alunos antigos, alguns que já fizeram disciplinas comigo -podem até imaginar o tema e andamento desta aula -, além de estudantes de pós-graduação e colegas professores. Trata-se, por conseguinte, de um público bastante heterogêneo, com expectativas diferentes, cabendo-me a tarefa de encontrar um fio condutor capaz … Show more

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“…Procurando compreender essas relações a antropologia, em específico a subárea designada como antropologia ur-bana, se constrói com um olhar de "perto e de dentro", ou seja, ela busca compreender os significados do fenômeno, pessoas, grupos e práticas estudadas a partir das trocas realizadas na aproximação com estes. Magnani assinala ainda que esse exercício etnográfico deve ser conduzido com atenção, sobretudo quando se investiga grupos que são estigmatizados ou tidos como minorias, isto com vistas para que o trabalho realizado não se torne somente um ato panfletário e sem acrescentar novo conhecimento à temática abordada (Magnani, 2003). Seguindo esses preceitos, o trabalho foi construído na tentativa de entender os processos comunicacionais que envolvem a pixação também pela visão daqueles que a produzem, ou seja, mantendo uma relação de "perto e de dentro", porém sem distanciar dos necessários movimentos de familiarização e estranhamento que nos possibilitam questionar os fenômenos que se apresentam, assim como as crenças que se encontram arraigadas em nós mesmos (Da Matta, 1978).…”
Section: Pensando a Cidadeunclassified
“…Procurando compreender essas relações a antropologia, em específico a subárea designada como antropologia ur-bana, se constrói com um olhar de "perto e de dentro", ou seja, ela busca compreender os significados do fenômeno, pessoas, grupos e práticas estudadas a partir das trocas realizadas na aproximação com estes. Magnani assinala ainda que esse exercício etnográfico deve ser conduzido com atenção, sobretudo quando se investiga grupos que são estigmatizados ou tidos como minorias, isto com vistas para que o trabalho realizado não se torne somente um ato panfletário e sem acrescentar novo conhecimento à temática abordada (Magnani, 2003). Seguindo esses preceitos, o trabalho foi construído na tentativa de entender os processos comunicacionais que envolvem a pixação também pela visão daqueles que a produzem, ou seja, mantendo uma relação de "perto e de dentro", porém sem distanciar dos necessários movimentos de familiarização e estranhamento que nos possibilitam questionar os fenômenos que se apresentam, assim como as crenças que se encontram arraigadas em nós mesmos (Da Matta, 1978).…”
Section: Pensando a Cidadeunclassified
“…O argumento que defendemos aqui é de que a inclusão e a "devida" análise do contexto (simbólico e natural) de produção dos discursos (text and talk) podem contribuir, e muito para a nossa compreensão do "comportamento humano" (HANSEN, Boa parte dos trabalhos etnográficos, entretanto, tem sofrido diversas críticas em relação à sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento teórico. Segundo essas críticas, os pesquisadores que têm lançado mão do método etnográfico parecem estar tão preocupados em produzir "boas descrições", em reproduzir o "campo" com detalhes, e em transmitir a "voz dos nativos" em sua autenticidade não contaminada com visões externas -ícones da chamada etnografia clássica -que pouco esforço tem sido feito para desenvolver conceitos formais, com um nível maior de abstração, capazes de compor uma estrutura teórica mais "robusta" (SNOW, MORRILL e ANDERSON, 2003;KATZ, 2001KATZ, , 2002HAMMERSLEY, 1990;PRUS, 1987;LOFLAND, 1995;FINE, 2003;MAGNANI, 2003). Apesar de, em geral, fornecerem todos os subsídios necessários para o desenvolvimento um conjunto de conceitos "teóricos" aplicáveis para além de um contexto específico, parece que boa parte dessas pesquisas nos têm permitido apenas acumular um sem fim de ilhas de dados dispersas (PRUS, 1987).…”
Section: O Movimento Fenomenológicounclassified
“…O "estar na cidade" significa, para os Tupinikim, instaurar um campo diversificado de relações interétnicas, elegendo a mesma periferia não como espaço de segregação, mas como o lugar onde continuam a serem desfrutadas as relações cotidianas, propiciados os contatos e construídas as fronteiras no âmbito das quais os Tupinikim se reconhecem e são reconhecidos como indígenas. "Neste campo de interação as pessoas se encontram, criam novos laços, tratam das diferenças, alimentam redes de sociabilidade numa paisagem aparentemente desprovida de sentido ou lida apenas na chave da pobreza ou exclusão" (Magnani, 2003). Com maiores manobras de ação e relações interétnicas menos assimétricas, os indígenas podem transformar os outros, os vizinhos, em aliados, na qualidade de amigos, ou expandir os limites, mantendo-os na distancia.…”
Section: Eduardo Moreiraunclassified