ResumoAo nascerem, os bebês têm como tarefa primordial a adaptação ao universo extrauterino, contando apenas com recursos senso-perceptivos. O meio, principalmente pela mãe, assume a tarefa de proporcionar os estímulos necessários para o processo de desenvolvimento iniciado no meio intrauterino. Este artigo apresenta uma análise da literatura existente sobre a importância da interação mãe-bebê dentro da visão psicanalítica, passando pela identificação dessa e constatando os benefícios e prejuízos na qualidade dessa interação para o desenvolvimento saudável da criança. Tratou-se de um estudo de revisão da literatura nacional, por meio da base de dados Scielo.org e Google Acadêmico. Nos resultados há um consenso entre a maioria dos autores quanto à importância da interação mãe-bebê para o desenvolvimento global da criança. Os autores apontam a necessidade de pesquisas e desenvolvimento de estratégias para suprir a ausência ou as deficiências na interação, enfatizando o caráter profilático das intervenções desde o planejamento da gravidez.
Palavras-chave:Interação. Mãe-bebê. Desenvolvimento. Psicanálise.
Abstract
At birth, babies have as primary task the adaptation to extra-uterine universe, with sense-perceptual resources only. The environment, mainly through the mother, takes charge of providing the necessary stimulus for the development process initiated in the intrauterine environment. This article presents an analysis of the existing literature on the importance of mother-infant interaction within the psychoanalytic view, through the identification of this and noting the benefits and harm the quality of this interaction for the healthy development of the child. This is a study of
IntroduçãoA origem dos estudos da relação mãe-bebê encontra-se no período final da Segunda Guerra Mundial, com o estudo de bebês órfãos de suas mães, por morte ou abandono. Foram constatados distúrbios nessas crianças ocasionados pela ausência materna. (SPITZ, 1998) Ao nascerem, os bebês deparam-se com um lugar estranho para eles e têm como primeira e árdua tarefa adaptar-se ao universo extrauterino, contando apenas com recursos sensoperceptivos. Por outro lado, o meio depara-se com o bebê e, primordialmente pela figura da mãe, assume a tarefa de adaptar-se ao bebê, proporcionando os estímulos necessários para recebê-lo e integrá-lo ao ambiente para dar continuidade ao processo de desenvolvimento iniciado no meio intrauterino.Habituado à comunicação verbal, o ser humano é instigado a ampliar sua consciência e sua visão para compreender a linguagem dos bebês, apoiada e traduzida em uma manifestação não verbal. Para isso, as atenções foram voltadas para aquela que está conectada ao bebê: a mãe. E, particularmente à interação mãe-bebê que ocorre em âmbito universal, reservadas as peculiaridades de cada cultura.Essa interação, que para Melanie Klein é denominada de "Relações de Objeto", é construída na primeira infância, período de extrema plasticidade do recém-nascido e constituise como um modelo de suas relações intra e interpessoais, ...