“…Assim, congrega contribuições heterogêneas, de modo que seu culto se apresenta plural, dinâmico e abarca uma diversidade de guias espirituais em seu panteão, entidades estas que representam, além de aspectos espirituais, figuras importantes da constituição cultural do povo brasileiro, como indígenas, escravos e migrantes (Leal de Barros & Bairrão, 2015;Macedo & Bairrão, 2011;Rotta & Bairrão, 2007). Apesar da perseguição e violência sofridas durante anos de sua construção enquanto religião legítima, devido à sua associação com práticas demoníacas e execução de malefícios, a umbanda se consolidou e se difundiu em todo território brasileiro, ainda que a resistência exista até a atualidade (Lages, 2012). Alguns dos elementos das práticas religiosas no contexto da umbanda são a presença da música e da dança em todos os eventos religiosos, a relação íntima que ela estabelece com elementos da natureza, e a crença de que há um plano superior habitado por entidades capazes de se comunicarem com o plano terrestre por meio de médiuns que emprestam seus corpos para que tais espíritos possam "trabalhar" e "praticar a caridade" (Ferreti, 2014;Gomes, 2013;Macedo & Bairrão, 2011).…”