2002
DOI: 10.1590/s0102-71822002000100005
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O brasileiro, o racismo silencioso e a emancipação do afro-descendente

Abstract: RESUMO: Este ensaio descreve alguns acontecimentos que revelam formas pelas quais o preconceito é veiculado. Em seguida, teço comentários acerca de algumas condições históricas para o desenvolvimento do preconceito. Ressalto, na análise, o projeto epistemológico da modernidade que, apoiando-se num pensamento metafísico, voltou-se para a busca de certezas, desenvolvendo horror à ambivalência, determinando uma busca obsessiva pela classificação e a ordem. Considero este um terreno fértil para a constituição de s… Show more

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“…Assim, quando questionados, a maioria dos brasileiros afirma não ser racista, embora sempre admitam a existência da discriminação e desigualdades. De tal modo que, em nosso país, o preconceito é considerado como atributo do outro, pois a ideia de democracia racial incutida no imaginário coletivo acaba por encobrir as condições de desigualdade a que são submetidos os afro-descendentes (Ferreira, 2002 Entre metamorfoses e sentidos: a trajetória de um professor universitário afro-descendente a partir dos pressupostos teóricos da Psicologia Social por invisibilizar-se, apassivar e emudecer sua autoconsciência, seu próprio corpo imiscuído no contexto de pesquisa" (Lima, 2001, p. 283). …”
Section: Sheila Ferreira Miranda and Maria Margarete Pinto Chavesunclassified
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“…Assim, quando questionados, a maioria dos brasileiros afirma não ser racista, embora sempre admitam a existência da discriminação e desigualdades. De tal modo que, em nosso país, o preconceito é considerado como atributo do outro, pois a ideia de democracia racial incutida no imaginário coletivo acaba por encobrir as condições de desigualdade a que são submetidos os afro-descendentes (Ferreira, 2002 Entre metamorfoses e sentidos: a trajetória de um professor universitário afro-descendente a partir dos pressupostos teóricos da Psicologia Social por invisibilizar-se, apassivar e emudecer sua autoconsciência, seu próprio corpo imiscuído no contexto de pesquisa" (Lima, 2001, p. 283). …”
Section: Sheila Ferreira Miranda and Maria Margarete Pinto Chavesunclassified
“…Entretanto, quando resolvem assumir sua condição étnica, se deparam com uma sociedade complexa, de forma que o preconceito se manifesta por atitudes discretas, indiretas e perversas (Ferreira, 2002). Este argumento revela a urgência do debate da questão racial no país e os contornos silenciosos do racismo acadêmico, de forma que devemos criar instrumentos para que a desigualdade racial na academia possa ser pesquisada e combatida.…”
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“…Um traço recorrente em várias pesquisas aqui analisadas é que, nas entrevistas, as pessoas relatam que o preconceito racial na sociedade existe, mas não o admitem em si mesmos (SILVA, 1998;SCHWARCZ, 2001;FI-GUEIREDO;GOSFROGUEL, 2009;CAMINO et. al., 2001;FERREIRA, 2002).…”
Section: Racismo à Brasileira: Fenômeno Tão Presente Quanto Negadounclassified
“…Para o positivista e imigrantista Pereira Barreto, a cor da pele, enquanto tal, não seria o único fator a evidenciar a suposta inferioridade dos negros; características internas, especialmente o tamanho do cérebro, ofereciam os meios mediante os quais seria possível elaborar explicações fundamentadas em teses a respeito da superioridade racial branca. teorias vigentes à época serviam como fundamentos para justificar a condição privilegiada dos brancos nos países colonizados pelas nações europeias (azevedo, 1987;Ferreira, 2002;Moore, 2007;Nascimento, 2002). livres ou escravizados, os negros, assim como os seus descendentes, estariam definitivamente condenados a ocupar uma condição que dificilmente os permitiria aceder ao estatuto de humano; eles seriam, por assim dizer, subumanos ou menos humanos.…”
unclassified