“…Os processos de transformação socioespacial, como os de gentrificação (Glass, 1964), tão recorrentes nos mais variados contextos, exibem uma maneira peculiar de se apropriar da cultura como uma mercadoria a ser consumida por uma parte da população local ou de turistas, atraída em função dos "diferenciais", veiculados como táticas de promoção dessas espacialidades. As principais críticas dirigidas às estratégias de gentrificação, de um modo geral, sublinham um caráter segregacionista e a alteração das práticas sociais, econômicas e culturais locais (Arantes, 2002;Leite, 2008;Frúgoli-Jr., & Talhari, 2014). Nesse sentido, categorias de análise como identidade e rede de relações, tão imbricadas, iluminam o nosso percurso na observação de como dois importantes mercados públicos da capital mineira exibem, em simultâneo, marcas de processos de gentrificação, mas também de outros correlacionados, como os de patrimonialização (Choay, 2001), gourmetização (Almeida et al, 2016) e turistificação (Bhandari, 2008), evidenciando assim transformações e resistências.…”