Classes e práticas sociais

Social Classes in Brazil: Time, Trajectory and Immaterial Inheritance

“…The higher the occupational class position of the man the less he reported being responsible for or helping with caring or house duties. This brings us to an interesting conclusion: less segregated gender roles characterizing some privileged social positions in Brazilian class structure are not so much dependent on gender negotiation as on class inequalities, that is, the ability of ‘middle‐class’ families to employ working‐class women as domestic workers (Bertoncelo, )…”

“…Observe the relative locations of the modalities ‘privileged’ – a category that includes respondents who possess college degrees and at least one of the parents having achieved that educational level – and ‘newcomer’, including those who also possess college degrees and whose parents have lower educational qualifications. Previous research has empirically supported the importance of trajectory (particular modes of appropriating different kinds of capital within and across generations) in shaping social and cultural practices in Brazil (Pulici, 2011; Bertoncelo, 2013).…”

Distinção e classe social no acesso ao ensino superior brasileiro

“…Ainda que complexa e não dominante na literatura, a concepção bourdiana de classe social foi adotada em trabalhos contemporâneos, como o de Pereira (2016), Michetti (2019) e Bertoncelo (2010Bertoncelo ( , 2013Bertoncelo ( , 2015Bertoncelo ( , 2016. Pereira (2016) estudou as distinções simbólicas e de classe social no Bairro do Amial na cidade do Porto em Portugal.…”

“…No contexto brasileiro, destacamos os trabalhos de Bertoncelo (2010de Bertoncelo ( , 2013de Bertoncelo ( , 2015de Bertoncelo ( , 2016, que mobilizaram a noção bourdiana de classe para entender como as práticas culturais estruturam a topologia do espaço social nacional. Ao investigar os padrões de diferentes domínios da prática, Bertoncelo (2010Bertoncelo ( , 2013 encontrou, como hipótese, a formação de classes sociais baseadas em três principais regiões do espaço social: i) a região superior demarca uma classe executiva profissional composta por profissionais mais escolarizados, com cargos hierárquicos elevados ou administradores de grandes empresas, possuidores de bens materiais escassos e altamente engajados em atividades culturais ou lazer; ii) a região inferior caracteriza uma classe manual formada por profissionais manuais, autônomos e não qualificados, destituídos de bens materiais valorizados e desengajados culturalmente; iii) a região intermediária, de difícil caracterização, contempla os pequenos ou médios empregadores menos capitalizados e escolarizados, que, em geral, são administradores em níveis hierárquicos inferiores e/ou em organizações de pequeno porte, trabalhadores não manuais de rotina, técnicos e professores não universitários. Dessa forma, as classes sociais brasileiras parecem estar estruturadas sobre alguns fatores chaves como a categoria socioprofissional, a escolarização e o engajamento cultural (Bertoncelo 2010(Bertoncelo , 2013(Bertoncelo , 2015(Bertoncelo , 2016.…”

“…Neste estudo buscamos reconstituir o espaço social brasileiro, com base nos microdados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para explorar, sob uma perspectiva bourdiana, as relações entre classes sociais e acesso ao ensino superior. Para isso, aproximamos nossos dados aos utilizados por Bertoncelo (2010Bertoncelo ( , 2013Bertoncelo ( , 2015Bertoncelo ( , 2016 para mapear as regiões do espaço social e caracterizar as classes sociais nacionais. Assim como Bourdieu (2009, p. 150), entendemos que esse esforço se justifica, pois trabalhar com as classes construídas objetivamente, a partir de um espaço de posições mapeado por meio do Enem, "permite compreender o princípio e a eficácia das estratégias classificatórias pelas quais os agentes têm em vista conservar ou modificar este espaço".…”