2001
DOI: 10.1590/s0102-69092001000300003
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O candomblé e o tempo: concepções de tempo, saber e autoridade da África para as religiões afro-brasileiras

Abstract: Diferentes sociedades e culturas têm concepções próprias do tempo, do transcurso da vida, dos fatos acontecidos e da história. Em sociedades de cultura mítica, também chamadas sem-história, que não conhecem a escrita, o tempo é circular e se acredita que a vida é uma eterna repetição do que já aconteceu num passado remoto narrado pelo mito. As religiões afro-brasileiras, constituí-das a partir de tradições africanas trazidas pelos escravos, cultivam até hoje uma noção de tempo que é muito diferente do "nosso" … Show more

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“…Segundo Prandi (2001a) o tempo na Religião do Orixás não é aquele com o qual estamos cotidianamente acostumados a vivenciar. Trata-se de uma outra forma de temporalidade, concebida não conforme os padrões ocidentais de demarcações exatas de horários, compromissos e distribuições de tarefas.…”
Section: A Pluralidade Espaço-temporal Da Religião Do Candombléunclassified
“…Segundo Prandi (2001a) o tempo na Religião do Orixás não é aquele com o qual estamos cotidianamente acostumados a vivenciar. Trata-se de uma outra forma de temporalidade, concebida não conforme os padrões ocidentais de demarcações exatas de horários, compromissos e distribuições de tarefas.…”
Section: A Pluralidade Espaço-temporal Da Religião Do Candombléunclassified
“…O tempo de recolhimento varia entre os terreiros, mas é sempre mencionado como um período de intenso aprendizado. Após a iniciação na vida religiosa, a iaô deve seguir e respeitar a hierarquia que existe no terreiro, cujos membros se agrupam na chamada família de santo, que não necessariamente corresponde à famí-lia biológica (Prandi, 2001). Nesse sentido, aderir ao candomblé significa ingressar em um novo círculo de intimidade e vínculo familiar, uma experiência de ressocialização, a partir da qual o fiel internaliza valores, conceitos, crenças e atitudes relativas a um dado universo simbólico, aprendendo a desempenhar papéis e a interagir no grupo religioso.…”
Section: Adoramos Nossos Orixás é Outra Coisa (Mãe Roberta)unclassified
“…Estudos antropológicos mostram que, nas práticas religiosas afro-brasileiras, ainda hoje é visível a diferença em relação aos usos do tempo na cultura ocidental capitalista. Segundo Prandi (2001) define o tempo e nunca o contrário. Dependendo de diversos fatores, as atividades podem levar mais ou menos tempo e ser interrompidas caso se interponham outras necessidades, e isso é perfeitamente aceitável e assimilável dentro de uma concepção cíclica do tempo.…”
Section: As Peculiaridades Culturaisunclassified