2012
DOI: 10.1590/s0102-46982012000100004
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O lugar simbólico da criança no Brasil: uma infância roubada?

Abstract: RESUMO: Este artigo analisa o lugar simbólico da infância no Brasil. Partimos da reflexão sobre o conceito de experiência em Walter Benjamin e de algumas noções da Psicanálise. Inicialmente, revisamos a construção sócio-histórica do conceito de infância no mundo ocidental e no país. Para tal, fizemos um breve percorrido sobre as principais ações e políticas públicas do Estado desde o século XIX. Uma das interrogações do escrito remete à reflexão sobre a simultaneidade da posição de majestade/dejeto das criança… Show more

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“…Passa a vigorar uma concepção ampliada de saúde como direito social e dever do Estado. O ECA, juntamente com a Política Nacional de Saúde da Criança e do Adolescente, prevê e regulamenta uma política de cuidado e proteção à infância e à adolescência, levando em consideração as características econômicas, culturais, de gênero, raça e religião (Gurski, 2012;Raposo, 2009).…”
Section: Cidade Infância E Vulnerabilidadesunclassified
“…Passa a vigorar uma concepção ampliada de saúde como direito social e dever do Estado. O ECA, juntamente com a Política Nacional de Saúde da Criança e do Adolescente, prevê e regulamenta uma política de cuidado e proteção à infância e à adolescência, levando em consideração as características econômicas, culturais, de gênero, raça e religião (Gurski, 2012;Raposo, 2009).…”
Section: Cidade Infância E Vulnerabilidadesunclassified
“…Diante do exposto, percebe-se que a não efetivação das políticas sociais protetivas para infância e juventude das classes trabalhadoras, por meio da não oferta de equipamentos recreativos e educativos suficientes e eficazes, apresenta consequências para seu desenvolvimento, como o término precoce da infância ou a não experimentação de atividades pertinentes a essa etapa, como a aquisição das ferramentas psíquicas necessárias ao seu desenvolvimento por meio da escolarização e obtenção dos conhecimentos produzidos pela humanidade ao longo da história das sociedades e culturas (Martins, 2016;Vigotski, 1984Vigotski, /2007. Desse modo, não são oferecidas as condições materiais que possibilitem aos sujeitos das classes trabalhadoras vivenciarem a experiência da infância com dignidade (Gurski, 2012).…”
Section: O Acesso àS Políticas Sociais E As Implicações Para O Desenvunclassified
“…Neste trabalho, elegem-se como as três principais áreas da política de atendimento à infância e juventude, as políticas sociais de saúde, educação e assistência social, que, de forma articulada, compõem o Sistema de Garantia de Direitos destinado ao público infanto-juvenil. Esse Sistema corresponde a um conjunto de instituições públicas, governamentais e não governamentais dos diferentes setores e políticas sociais que, de forma integrada e articulada, visam à proteção Artigo dos avanços nas legislações destinadas à proteção da população infanto-juvenil, ainda existe discrepância entre os ordenamentos jurídicos e sua aplicação como prática do Sistema de Garantia de Direitos na sociedade brasileira (Fonseca, Sena, Santos, Dias, & Costa, 2013;Gurski, 2012). Isto é, as políticas para infância e juventude, atualmente, ainda trazem consigo traços assistencialistas perpassados pela perspectiva de controle e ordem social, marcada pela institucionalização e segregação da população atendida, gerando processos de criminalização e exclusão que vão na contramão da perspectiva da garantia de direitos e proteção social às crianças e jovens brasileiros (Gurski, 2012;Perez & Passone, 2010).…”
Section: Introductionunclassified
“…Por exemplo, no Brasil, ao longo da história social da infância, existe uma diferença entre o cuidado com os filhos da elite e os das classes populares/pobres. Enquanto que para os primeiros era facilitado o acesso à educação formal (desde as boas maneiras até a formação universitária), aos filhos das classes baixas, os lugares disponíveis eram as escolas públicas, os orfanatos, as casas de correção, ou o ensino técnico, cujo objetivo era formar mão de obra barata e pouco qualificada em termos intelectuais (Gurski, 2012) No entanto, entendemos que existe no imaginário social um lugar comum dado à criança na modernidade, sendo este que nos interessa para compreendermos o porquê e como as fotos de crianças mortas ou em situação de barbárie que circulam na mídia produzem um misto de sensações: choque, horror, compaixão, pena etc. Calligaris (1993 destaca que na modernidade a criança é reconhecida do lugar de majestade 39 que "talvez não se trate de excelência simbólica, mas algum tipo de incondicional exaltação fantasmática da criança" (p. 46).…”
Section: Capítulo V Do Infantil Ao Discurso Sobre a Infânciaunclassified