Nosso corpo nos pertence: a dialética do biológico e do social

Abstract

This article aims at reviewing the discussion of biological and social factors in the analysis of women's social condition. With the appearance of a feminist perspective, the dominance of earlier biologically-based explanations was substituted by an emphasis on the social construction of female identity. Even when women's identification with the body and with nature, and their secondary status, were considered universal, biological determinism was rejected. In this process of re-definition of the object of study, the ideological role of science was pointed out, since male dominance in science and society accompanied the historical tendency which relegated "the woman question" to the sphere of natural fact. Although growing awareness of the socially-constructed nature of scientific activity itself is producing a tendency to abandon the biological/social dichotomy at the conceptual level, differences between men and women in the reproductive sphere continue to exist. It is argued that analysis of reproduction requires characterization of the sexes as biosocial entities in relationship, situated in specific historical contexts, and that in modern society women are subject to a double reproductive contradiction.

Corpo e sexualidade na gravidez

“…From an anthropological perspective, studies on bodily change and sexuality during pregnancy permit learning about the meanings and cultural values present in these processes and the different ways of experiencing the body and sexuality (8) .…”

Mulheres, soropositividade e escolhas reprodutivas

“…O exercício da sexualidade para as mulheres em nossa cultura parece ainda estar muito atrelado à maternidade (Giffin, 1991;Mandu, 2002). Apesar de grande parte dos estudos referir um impacto negativo da soropositividade na vida sexual das mulheres, isto parece não ocorrer com relação ao desejo de ter filhos.…”

A sexualidade após a maternidade: a expeiência de mulheres usuárias do SUS

“…A redução da prole se deu progressivamente à medida que se intensificava a adesão das mulheres ao trabalho nas fábricas, pois segundo Giffin (1991), para as famílias, ter mais filhos não representava mais recursos produtivos, ao contrário significava mais custos, além de ser um empecilho para o trabalho remunerado das mulheres que precisavam ajudar a garantir o sustento das suas famílias. Para a autora este fato caracterizou a subordinação da reprodução à produção, refletida mundialmente, durante o século XX, nas iniciativas do Estado em relação à regulamentação da fecundidade.…”

“…Para a autora este fato caracterizou a subordinação da reprodução à produção, refletida mundialmente, durante o século XX, nas iniciativas do Estado em relação à regulamentação da fecundidade. Giffin (1991) A maternidade começava, então, a ser compreendida como uma construção social, que designava o lugar das mulheres na família e na sociedade, isto é, a causa principal da dominação do sexo masculino sobre o sexo feminino. Com base nesta evidência, a crítica feminista considerava a experiência da maternidade como um elemento-chave para explicar a dominação de um sexo sobre outro: o lugar das mulheres na reprodução biológica -gestação, parto, amamentação e conseqüentes cuidados com as crianças -determinava a ausência das mulheres no espaço público, confinando-as ao espaço privado e à dominação masculina (Scavone, 2001, 16:138-39).…”