ResumoEste trabalho analisa a diferença salarial segundo a condição de migração e sexo da população dos estados do Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios -2013. Para isso, calculam-se as equações de rendimentos, o procedimento de Heckman e a decomposição de Oaxaca-Blinder. Os resultados revelam que o estado do Paraná tem maior participação relativa de migrantes da Região Sul, seguido por Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A Região apresenta um salário superior para migrantes, tanto para os homens como para as mulheres, compatível com a literatura sobre o tema. Os homens possuem um salário superior, tanto nos grupos de não migrantes como nos de migrantes, e a maior diferença salarial por sexo ocorre na população migrante. Há discriminação salarial por sexo entre migrantes e não migrantes, sendo maior entre os migrantes. O efeito migratório sobre os salários das mulheres é de aproximadamente 15%, favorável às migrantes, e dos homens é de aproximadamente 38% favorável aos migrantes.Palavras-chave: Diferencial de salário por sexo. Migração. Decomposição Oaxaca-Blinder.
AbstractThis paper analyzes the wage gap according to migration status and gender of the labor force of the southern states of Brazil (Paraná, Santa Catarina and Rio Grande do Sul). We used data from the National Household Sample Survey -2013, Mincer equations, Heckman procedure for sample selection bias and the Oaxaca-Blinder decomposition analysis. The results show that the state of Paraná has greater relative share of migrants from the South, followed by Santa Catarina and Rio Grande do Sul. The region has a higher salary for migrants, both for men and for women, consistent with the results already seen in the literature. Men have a higher salary, and the largest wage gap by gender occurs in the migrant population. By decomposing wage gap we detected discrimination by sex, which is higher among migrants. We also found the migration effect on wages, i.e. a wage gap caused by migration even after controlling by workers endowments: among women, about 15% of the pay gap comes from the migration status (favorable to migrants), and among men a difference of approximately 38% (favorable migrants).