O turista aprendiz na Amazônia: a invenção no texto e na imagem

Abstract

O objeto deste estudo é o escritor Mário de Andrade (1893-1945) em sua experiência de fotógrafo moderno, durante sua permanência no norte, especialmente na Amazônia, em 1927, na primeira das duas grandes viagens do Turista Aprendiz pelo Brasil. Analisa o processo criativo no qual as imagens da Codaque constituem o diário imagético dos negativos e positivos que se justapõe ao diário das legendas e ao do texto onde se desenvolvem as impressões do viajante e a invenção do ficcionista. Aponta também certos vínculos da fotografia produzida nessa viagem com as leituras, a poesia e a ficção andradiana.

O dia do juízo ou o descobrimento da alma - imagem e tempo em Mário de Andrade e Giorgio Agamben

“…Na segunda, do fi nal de 1928 até fevereiro de 1929, anda por Alagoas, Rio Grande Norte, Paraíba e Pernambuco. (LOPEZ, 2005) Interessa-nos, aqui, a primeira viagem e as quatro fi guras que viajam pelo norte: Mario, D. Olivia, Mag e Dolur. No dia 08 de julho de 1927, Mario regista com sua "codaquinha" os rostos das duas meninas, que, de uma porta entre-aberta, provavelmente de cabine, olham e sorriem para câmera, gesto que é narrado, um mês antes, dia 18 de junho, quando Mário descreve um episódio protagonizado pelas jovens, que envolve as quatro personagens:…”

Malária como doença e perspectiva cultural nas viagens de Carlos Chagas e Mário de Andrade à Amazônia

“…We should remember that at the time of his trip, in 1927, a draft of Macunaíma was already underway, constructed from an assortment of materials and an array of other writings (Souza, 2003). Among these, the best known are the myths and legends that Koch-Grünberg gathered among the Taulipang and Arecunás in far northern Brazil, the Guianas, and Venezuela and then compiled in Von Roraima zum Orinoco, the book where Andrade would find the protagonist for his epopee (Lopez, 2005). Although Andrade did not specifically identify all of his interlocutors, he also dialogued with representations of the Amazon produced by naturalist travelers since the eighteenth century and appropriated and translated at different moments by scientists and writers like Euclides da Cunha.…”

Cuias, cachimbos, muiraquitãs: a arqueologia amazônica e as artes do período colonial ao modernismo

“…Mário de Andrade visitou a Amazônia entre maio e agosto de 1927 (Ancona, 2005). Hoje com decorações diferentes daquelas descritas nas crônicas coloniais ou recolhidas no século XIX, as cuias continuam a ser produzidas na região de Monte Alegre (Cabral, 2007;Carvalho, 2011), razão pela qual seus naturais são conhecidos como 'pinta-cuias' (Silva, 2011).…”