RESUMO: O artigo tem como proposta analisar a relação entre a fotografia de imprensa e a escrita da história contemporânea. Apóia-se nos estudos sobre a história da memória do fotojornalismo brasileiro, orientados pela metodologia da história oral e do uso da fotografia na análise historiográfica. O foco central incide sobre a trajetória do fotógrafo gaúcho Flávio Damm e sua primeira reportagem de impacto, publicada na Revista do Globo, em 1948, sobre o retorno de Getúlio Vargas à cena política após o Estado Novo. Discute-se, a partir deste estudo de caso, as relações entre as palavras e as imagens na elaboração das chamadas fontes de memória, a produção do acontecimento pela mídia e sua repercussão na memória contemporânea, e por fim, a capacidade narrativa da imagem fotográfica e sua relação com a escrita da história renovada pela introdução de fontes não tradicionais -orais e visuais.PALAVRAS-CHAVE: memória; narrativa; fotografia.Os fatos mais ou menos marcantes da história do século XX foram registrados pela câmera fotográfica de repórteres atentos ao calor dos acontecimentos. Qual a natureza desses registros? Como fica a narrativa dos acontecimentos elaborada pela linguagem fotográfica? Quais são as imagens que compõem a memória coletiva do século passado? É possível falar de uma história feita de imagens? Qual o papel do fotógrafo como criador de uma narrativa visual? E da imprensa como ponte entre os acontecimentos e sua interpretação? Estas são as questões