2017
DOI: 10.1590/s0101-31732017000400008
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A crítica da religião como crítica da realidade social no pensamento de Karl Marx

Abstract: RESUMO:Não há, no pensamento de Marx, uma elaboração sistemática acerca da religião, embora haja uma crítica a ela enquanto crítica social das condições materiais de existência, que é o fundamento dela. Para Marx, a religião, entendida especificamente como superstição, idolatria, "ópio", a qual conforma o homem e embaraça a sua consciência, deve ser negada, mas não se trata pura e simplesmente de um desprezo, de uma proibição ou perseguição à religião, nem tampouco de uma negação em geral a ela, uma vez que el… Show more

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“…A análise da religião contida na obra de Lukács, como sabido, encontra sua fundamentação nos escritos marxianos, ainda que este não tenha sido um tema tratado com centralidade por Marx, emergindo de forma dispersa em meio a sua crítica geral à realidade social a partir da qual se produzem as relações estranhadas, em especial, na sociabilidade do capital (CHAGAS, 2017). Buscando ampliar essa acepção, o próprio Marx nos Manuscritos de Kreuznach (conhecidos pelo título de Crítica da filosofia do direito de Hegel -introdução), cuja redação ocorreu em 1843, marcando os primeiros momentos da originalidade do pensamento marxiano e de ruptura com Hegel e a filosofia idealista em geral, dirá: "na Alemanha, a crítica da religião está, no essencial, parte terminada; e a crítica da religião é o pressuposto de toda a crítica" (MARX, 2010, p. 145, grifo do autor).…”
Section: O Estranhamento Religioso: Da Gênese Histórico-social à Vida...unclassified
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“…A análise da religião contida na obra de Lukács, como sabido, encontra sua fundamentação nos escritos marxianos, ainda que este não tenha sido um tema tratado com centralidade por Marx, emergindo de forma dispersa em meio a sua crítica geral à realidade social a partir da qual se produzem as relações estranhadas, em especial, na sociabilidade do capital (CHAGAS, 2017). Buscando ampliar essa acepção, o próprio Marx nos Manuscritos de Kreuznach (conhecidos pelo título de Crítica da filosofia do direito de Hegel -introdução), cuja redação ocorreu em 1843, marcando os primeiros momentos da originalidade do pensamento marxiano e de ruptura com Hegel e a filosofia idealista em geral, dirá: "na Alemanha, a crítica da religião está, no essencial, parte terminada; e a crítica da religião é o pressuposto de toda a crítica" (MARX, 2010, p. 145, grifo do autor).…”
Section: O Estranhamento Religioso: Da Gênese Histórico-social à Vida...unclassified
“…Nessa direção, a conexão dialética entre a imediatidade própria da práxis cotidiana, as bases econômicas e a dimensão ideológica do real sustentam a capilaridade da religião nas relações e circunstâncias concretas a partir das quais os indivíduos se reproduzem socialmente, "da linguagem aos motivos das ações", gerando "todo dia e toda hora reificações em massa" (LUKÁCS, 2013, p. 683-685). Isso porque, desde as elaborações de Marx, o caráter reificador da religião, que se materializa no cotidiano de cada ser singular sob formas específicas e variadas, se (re)produz no complexo social que estrutura a sociabilidade de classes em seus diferentes estágios (CHAGAS, 2017).…”
Section: O Estranhamento Religioso: Da Gênese Histórico-social à Vida...unclassified
“…As demonstrated in another paper of this same research topic - Praying for a Miracle, Part I (Leal et al, 2022 ), the simplistic perspective of the notion of a miracle may pave the way to understanding it as an extraordinary event not applicable to the laws of nature, and, consequently, to the interpretation that the hope (by patients and caregivers) of its occurrence would necessarily imply the refusal of recognizing and assuming the gravity of the organic conditions resulting from illnesses, traumas, accidents or whatever concrete limitations scientifically diagnosed by medicine. Nevertheless, such a reductionist conception, much common among medical team members; sometimes reinforced by psychological theories that created the stereotype that religiosity and religion are coping strategies focused only on emotion (Pargament et al, 2005 ), on phantasmagoric illusion (Ghsymala-Moszcynska and Beit-Halahmi, 1996 ), or alienation from reality (Chagas, 2017 ), maybe a disguise that absconds graver problems. As such, from workplace mental health and the psychodynamic point of view, the conceptual reductionism of the notion of miracle and the elements that sustain it can be interpreted as symptoms of a kind of defensive ideology, in the sense defined by Dejours ( 2018 ), shielding medical team members from direct contact with their existential dilemmas, as well as their impact on medical practice, and/or with situations that might be out of their objective control.…”
Section: Introductionmentioning
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