O objetivo do presente trabalho é analisar empiricamente a influência da taxa de câmbio real e do mercado de trabalho sobre o crescimento econômico dos países da América Latina no período 2000 a 2014. Para tanto, é estimado um modelo “System GMM” no qual a taxa de câmbio real e as diferenças na produtividade do trabalho, em uma economia dual, interagem entre si, de modo a definir distintas trajetórias de crescimento e distribuição funcional da renda. Os resultados mostraram que o crescimento populacional, o diferencial de salários médio e mínimo - proxy para o diferencial de produtividade - e a participação dos salários na renda influenciaram positivamente o crescimento das economias latino-americanas. Ademais, a desvalorização do câmbio real tem efeito significativo e distinto no tempo sobre o crescimento das economias latino americanas. Contemporaneamente, a influência é negativa mas, de forma defasada, esta é positiva (como preconiza a condição de Marshall-Lerner). Portanto, conclui-se que a taxa de câmbio real foi relevante para o crescimento econômico da América Latina no período em estudo.