Ooforectomia videoassistida por acesso pré-femural em targaruga-de-ouvido-vermelho (Trachemys scripta elegans)

Abstract

Nas intervenções cirúrgicas em quelônios, o acesso à cavidade celomática é geralmente feito através do plastrão, por meio da remoção dos escudos córneos e placas ósseas ventrais com o auxílio de serras (osteotomia). Este acesso mostra-se desvantajoso em função do maior tempo cirúrgico e da intervenção ser bastante traumática e dolorosa para o paciente. Neste trabalho é descrita a técnica cirúrgica de acesso à cavidade celomática (celiotomia) pela fossa pré-femural, permitindo a localização e a tração dos folículos ovarianos por endoscopia e a aplicação de "hemoclips" para a oclusão dos vasos sanguíneos seccionados. O tempo operatório foi reduzido em aproximadamente três horas, em relação à técnica tradicional. Conclui-se que a técnica descrita apresenta vantagens, pois o tempo despendido para o acesso à cavidade celomática, remoção dos folículos e dos ovários, e o retorno anestésico foram sensivelmente diminuídos, havendo recuperação rápida do paciente e retorno às suas atividades normais, o que demonstra ter havido redução considerável na resposta dolorosa pós-cirúrgica.

Morfologia do tubo digestório da tartaruga verde (Chelonia mydas)

“…Segundo Pessoa et al (2008) as técnicas cirúrgicas tradicionais com acesso a cavidade celomática por remoção parcial do plastrão, é um processo muito traumático, podendo injuriar estruturas adjacentes ou órgãos internos. Os mesmo autores demonstraram em tartarugas-de-ouvido-vermelho que a técnica da ooformia assistida por acesso pré-femoral mostrou que além da localização rápida e atraumática dos folículos, a utilização do endoscópio permitiu também uma inspeção detalhada da cavidade celomática e seus órgãos.…”

Coelioscopic-assisted prefemoral ovariosalpingectomy in a d`Orbigny slider (<i>Trachemys dorbigni</i>) using a digital otoscope

“…Both conventional and coelioscopic-assisted prefemoral approaches provide proper access to intracoelomic organs and lead to short surgery time in chelonians; in contrast, plastron osteotomy access is associated with a longer surgical duration [14,16], longer convalescence, and higher risk of complications such as plastron flap sequestrum [12] and osteomyelitis [2]. In a trial, the prefemoral approach was found to be less time-consuming for both anesthesia and surgery compared with the conventional access through the plastron [16].…”

Celiotomy by plastrotomy in a yellow-footed tortoise (Geochelone denticulata)

“…The coelomic cavity in chelonians may be accessed by celiotomy after the opening of the plastron, which was successfully used for removal of foreign bodies in a case of intestinal compactation in a D'Orbigny's slider turtle (Trachemys dorbignyi) (Oliveira et al 2009) or by the prefemoral fossae, which was successful in performing laparoscopic oophorectomy in a red eared slider turtle (Trachemys scripta elegans) (Pessoa et al 2008). In the case herein reported one decided on the celiotomy with plastron opening due to the lack of laparoscopy equipment at the hospital where the animal was taken to.…”

“…Surgical interventions which access the coelomic cavity are common and may be performed by endoscopy through the prefemoral fossae (Pessoa et al 2008) or a plastrotomy with a drill or a saw (Oliveira et al 2009). However, an adequate, safe and easily reversible anesthetic protocol, capable to assure immobilization, analgesia and muscle relaxation is a sine qua non condition (Baptistotte & Cubas 2006).…”