Condição imunológica de bovinos das raças Holandesa e Nelore frente a Babesia bovis e B. bigemina em duas regiões do Estado de São Paulo

Abstract

A resposta imunológica de uma população frente a um agente infeccioso pode variar entre as raças e o manejo dessa população. Dessa maneira, torna-se relevante a pesquisa regional, visando o conhecimento da inter-relação do agente com seu hospedeiro. Partindo desses pressupostos, investigou-se a ocorrência de imunoglobulinas da classe IgG, anti-Babesia bovis e anti-B. bigemina nas raças Nelore (Bos indicus) e Holandesa (Bos taurus), em duas regiões do Estado de São Paulo, distantes a 300 km. Pelo método de ELISA indireto, foram testadas 1.161 amostras de soro de bovinos. As freqüências médias de anticorpos mostraram que ambas as regiões se encontram em situação de estabilidade enzoótica para B. bovis para ambas as raças estudadas, embora haja tendência para área marginal na região de Presidente Prudente para raça Nelore. No referente a B. bigemina ambas as regiões são de estabilidade enzoótica para a raça Holandesa e de instabilidade enzoótica para a raça Nelore. Essa constatação é um alerta sanitário, pois casos agudos da doença ou surtos específicos de B. bigemina na raça Nelore podem ocorrer nessas regiões.

Epidemiological aspects of cattle tick fever in Brazil

“…There are no differences in susceptibility to anaplasmosis between Bos taurus and Bos indicus species (Wilson et al, 1980); however, babesiosis is more intense in Bos taurus (Bock et al, 2004). Additionally, Bos taurus animals are more susceptible to tick infestation (D'Andrea et al, 2006) and, consequently, have a higher risk of developing tick fever. Because of this, in stable areas, farmers must keep in mind that introducing purebred Bos taurus and crossbreeding with Bos indicus to increase milk or meat production will result in higher tick infestations in their animals and, consequently, a higher risk of tick fever outbreaks.…”

“…In Rio de Janeiro, the Norte Fluminense and Médio Paraíba mesoregions were stable for B. bovis (Souza et al, 2000a;Soares et al, 2000), A. marginale (Souza et al, 2000b(Souza et al, , 2001 and B. bigemina (Souza et al, 2000c). In São Paulo, in the Vale do Paraíba mesoregion, the B. bovis and B. bigemina seroprevalences were 88% (103/117) and 94% (110/117), respectively (Barci et al, 1994), while in the Presidente Prudente mesoregion, the B. bovis seroprevalence was 86.67% (582/671) in Holstein and Nellore cattle; for B. bigemina it was 92.55% (293/317) just in Holstein cattle (D'Andrea et al, 2006).…”