ResumoIntrodução: A prática da medicina requer um equilíbrio entre competência técnica e competência para relacionamento interpessoal. Este estudo foca um aspecto específico do relacionamento médico-paciente: a comunicação de más notícias, ou seja, notícias que afetam de forma negativa a visão do paciente sobre o futuro, ameaçam seu bem-estar e reduzem a possibilidade de escolhas. Objetivo: Identificar estratégias utilizadas por pediatras para comunicar más notícias aos pacientes. Casuística e Métodos: Trinta pediatras do complexo FAMERP/FUNFARME responderam a um questionário sobre comunicação de más notícias. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Resultados: Participaram 18 mulheres e 12 homens, com idade entre 25 e 61 anos (média = 37,43 ± 12,56), trabalhando nos seguintes contextos: pronto-socorro, enfermaria, ambulatório e unidade de tratamento intensivo. Entre os participantes, 19 relataram a possibilidade de comunicar más notícias dentro da sua especialidade e 12 já haviam tido essa experiência. A maioria (n = 23) acredita que apenas parcela das informações deve ser fornecida à criança; 25 já haviam discutido diagnóstico e prognóstico com pacientes e todos já haviam fornecido explicações às crianças que seriam submetidas a procedimentos dolorosos. Conclusão: Dada a frequência com que pediatras fornecem "más notícias", o treino em habilidades para realizar essa tarefa deve fazer parte da sua formação profissional.Descritores: Comunicação; Relações médico-paciente; Educação médica. Abstract Introduction: Medical practice requires a balance between technical expertise and interpersonal skills. This study focuses on a specific aspect of physician-patient relationship: breaking bad news, that is, news that negatively affects patients' future vision, threats their well-being, and reduces the possibility of choices. Objective: To identify strategies used by pediatricians to break bad news to their patients. Patients and Methods: Thirty pediatricians from the FAMERP/FUNFARME complex filled a questionnaire about breaking bad news. The study was approved by Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Ethics Committee. Results: Participants were 18 women and 12 men, ages between 25 to 61 years (mean: 37.43 ± 12.56) working at the following contexts: emergency unity, inpatient ward, outpatient's clinic and Intensive Care Unity. Among the participants, 19 reported the possibility of breaking bad news in their daily professional training, and 12 reported they already had experienced it in their professional life. The majority (n=23) believes that only partial information should be given to the child; 25 had already discussed diagnosis and prognosis with their patients, and all of them had given information to patients undergoing painful procedures. Conclusion: Since breaking bad news is a frequent task among pediatricians, they should be trained to perform it during their professional training.Descriptors: Communication; Physician-patient Relations;...