RESUMO -Atualmente, a aplicação de tratamento enzimático em efluentes líquidos proveniente da indústria têxtil tem sido objeto de investigação. Enzimas de oxirredução como lacases e peroxidases são estudadas como potenciais agentes de descoloração e degradação de corantes. O presente trabalho avaliou o potencial da ação da enzima Horseradish peroxidase (HRP), imobilizada em alginato de cálcio, na remoção de cor do corante azul de metileno. Os experimentos foram conduzidos a 30 o C e pH 5,0; sob agitação constante a 100 rpm. Foram testados diferentes tempos de imobilização: 60 minutos, 120 minutos e 24 horas; concentração de enzima imobilizada de 25 e 50 U/mL; reutilização da enzima imobilizada com intervalo 24 horas. O maior percentual de remoção de cor foi cerca de 20%, com concentrações de 50 U/mL, de 6 mg/L, e de 15 mg/L, respectivamente, de enzima, peróxido de hidrogênio e corante, para 2 ciclos de reutilização. Experimentos estão em andamento visando melhor desempenho da enzima imobilizada.
INTRODUÇÃOO uso de corantes é uma prática extensivamente utilizada na indústria têxtil, gráfica e fotográfica. Cerca de 10.000 corantes e pigmentos diferentes são aplicados industrialmente. E são constituídos de estruturas moleculares aromáticas complexas, inertes e de difícil degradação ao serem lançados no meio ambiente. Desta forma, o tratamento de águas provenientes da indústria têxtil, da fabricação de corantes e semelhantes é um desafio que visa propiciar a descoloração em efluentes industriais (Kunz et al., 2002). Um dos corantes de maior aplicação na indústria têxtil é o azul de metileno, que se ingerido ou inalado por humanos ou animais pode ser prejudicial. É um corante classificado como básico e pertence à classe das fenotiazinas. É orgânico, aromático, heterocíclico e solúvel em água ou álcool. Ao solubilizar em água produz cátions, podendo ser chamado também de catiônico, apresentando alta reatividade. Na Figura 1 esta representada a estrutura química do azul de metileno na forma de cloreto que tem massa molar de 319.85 g/mol. Ao aquecê-lo poderá formar óxidos de enxofre e nítrico, causando efeitos toxicológicos ambientais (Hameed et al., 2007).