DEVELOPMENT OF INORGANIC CHEMISTRY IN BRAZIL. This article focuses on the development of Inorganic Chemistry in Brazil, including historical perspectives, scientific production (WEB-ISI data), international cooperation, teaching, literature and human resources, with particular emphasis on the last 25 years.Keywords: inorganic chemistry; research in Brazil; scientific production; international cooperation.
INTRODUÇÃOCompor um panorama da evolução da Química Inorgânica nos últimos 25 anos, foi uma incumbência difícil e arriscada, diante da complexidade da área. De fato, neste último quarto de século, a Quí-mica Inorgânica deixou de comportar a explosão de conhecimento gerado no contexto tradicional da química dos elementos, passando a incorporar também os avanços na química organometálica e metalorgânica, catálise, química bioinorgânica, materiais e, mais recentemente, na química supramolecular.Apesar dos diferentes pontos de vista, a classificação histórica adotada na Química ainda vem sendo empregada na organização estrutural/administrativa/política, formalizada em termos das grandes áreas: inorgânica, orgânica, analítica e físico-química. É consenso que essa classificação, pelo seu caráter abrangente, é imprecisa ou inadequada, e assim, muitos advogam a necessidade de mudanças de paradigma na Química, como ciência. Realmente, é fácil enaltecer o rompimento das fronteiras, fictícias ou não, mirando para os horizontes da interdisciplinaridade. Porém, ao mesmo tempo é inegável a existência das especialidades ou divisões, permeando essas grandes áreas. Ao pensar em uma química sem fronteiras, podemos nos ver diante de um número ilimitado de especialidades, substituindo o que conhecemos atualmente como quatro grandes áreas. Essa aparente dicotomia, torna difícil traçar o perfil de desenvolvimento da Química Inorgânica nas últimas décadas, principalmente no Brasil. Avaliações sucessivas têm sido feitas, tomando como base ora a distribuição dos trabalhos em congressos nacionais [1][2][3][4] , como a SBPC, e mais recentemente a SBQ (onde a classificação é baseada nas Divisões Específicas da Organização), ora os eventos tradicionais 5-7 que levam a conotação de Química Inorgânica, como o BMIC (antigo SNQI), ou ainda, os bancos de dados das Agências 8-11 de Bolsas e Fomento (CAPES, CNPq) onde a área muitas vezes é definida pela classificação institucional do docente e, nem sempre, pela temática associada ao campo de atuação do pesquisador. Assim, tais avaliações nem sempre se concentram sobre o mesmo universo de pesquisadores ou de atividades. Algumas vezes, as atividades em materiais ou catálise são computadas dentro da área de Química Inorgânica. Por outro lado, é importante frisar que, com freqüência, a química de coordenação tem sido confundida com uma linha ou sub-área temática 12 , esquecendo-se os avaliadores de que o modelo de coordenação se aplica a todos os compostos que encerram núcle-os metálicos em seu interior. Portanto, qualquer composto que contenha elementos metálicos em sua estrutura se enquadra na quím...