A pós-graduação em enfermagem em saúde coletiva: o desafio da construção conjunta do conhecimento

Abstract

graduação, no nível de doutorado. Dessa forma pôde consolidar as linhas de investigação existentes e também a construção de linhas novas, originárias da articulação entre o saber constituído e as necessidades da prática da enfermagem em saúde coletiva. É preciso reafirmar que essa construção coletiva não está restrita ao âmbito do Departamento, pois a atuação intensa de docentes da Escola pertencente aos demais departamentos, na qualidade de ex-alunas de doutorado, têm possibilitado dar conta de um campo de conhecimento tão vasto. Nesta ação interdepartamental para ministração de disciplinas, orientação de pesquisa e assessoria metodológica, estamos tendo a oportunidade verdadeira de intercâmbio entre as diferentes ramificações que podem e devem construir a enfermagem em saúde coletiva. Ademais, novos projetos interdiscipUnares e interinstitucionais estão sendo descortinados, o que sem dúvida, trarão novas demandas para o adensamento do conhecimento.No presente ano, ao encaminhar a quarta turma de ingressantes, é mais do que visível a necessidade de readequar o seu ensino, para dar conta da maior dinamicidade e amplitude na preparação de nossos pós-graduandos. Está previsto para o ano próximo a reorientação global da área de concentração, tanto na sua estruturação quanto nos conteúdos ministrados, face às críticas dos alunos, dos docentes que ministram e dos que se encarregam das orientações de pesquisa. Nessa avaliação, sem dúvida deverão ser contempladas as novas diretrizes, demandas e critérios de excelência da CAPES. Além disso, será fundamental debruçar mais intensamente sobre as formas e critérios de avaliação, considerando-se os parâmetros brasileiros e os internacionais, sem perder de vista a essencialidade do programa, no que concerne à enfermagem e à saúde coletiva.

Construindo o conhecimento em saúde coletiva: uma análise das teses e dissertações produzidas

“…A mudança paradigmática do campo da saúde demandava a qualificação das docentes para a renovação dos conhecimentos, assim como para responder às demandas nacionais que, por força do movimento da Reforma Sanitária, haviam se traduzido na nova Constituição brasileira, o que possibilitou, em 1990, a criação do Sistema Único de Saúde (2) .…”

“…A Área organizou-se sob a vertente teórico-filosófica do materialismo-histórico e dialético (MHD) tendo como premissas (2) :…”

Contribuição da enfermagem para a constituição da saúde coletiva

“…Os pesquisadores da subárea Enfermagem em Saúde Coletiva, ao examinarem inicialmente sua prática social, enquanto trabalho, na perspectiva marxista, analisaram o cuidado de enfermagem (Nakame, 1987;Almeida, Rocha, 1997), reconhecendo os elementos essenciais do processo de trabalho do enfermeiro e dos demais trabalhadores que compõem a força de trabalho na Enfermagem (Castellanos, 1989;Egry, 1996;Almeida, Rocha, 1997; entre outros).…”

“…A paulatina expansão dos cursos de mestrado e doutorado brasileiros, em Enfermagem, na região Sudeste (4 mestrados e 3 doutorados), Sul (1 mestrado) e Nordeste (2 mestrados) permitiu, na década de 1980, o redimensionamento das concepções que embasavam o trabalho dos pesquisadores em Enfermagem, principalmente a partir da participação dos enfermeiros no movimento da Reforma Sanitária (Tonolli, Carvalho, 2002). Em 1987, constituiu- (Egry, 1996).…”

“…Portanto, a presente pesquisa foi realizada à luz do referencial teórico da hermenêutica-dialética e dos construtos da Saúde Coletiva que são produzidos desde a década de 1970, principalmente a partir dos estudos de Nunes (1978), Laurell e Noriega (1989), Mendes Gonçalves (1994, Egry (1996), Almeida e Rocha (1997), Minayo e Costa (1998), Arouca (2003), Nunes (2006), Almeida et al (2009), entre outros.…”