Linhagem humana de Schistosoma mansoni resistente a esquistossomicidas

Abstract

Isolou-se linhagem de S. mansoni proveniente de paciente (MAP) tratado com hycanthone na dose de 2,5 mg/Kg I. M. em 2-1-75 e com oxamniquine na dose de 14,0 mg/Kg V. O. em 24-11-76. Miracídios das fezes deste paciente infectaram Biomphalaria glabrata, albinas, que eliminaram cercárias. Com estas infectaram-se 3 grupos de camundongos albinos (100 por animal, por via subcutânea) que após 50 dias foram tratados da seguinte maneira: grupo A com hycanthone (80 mg/Kg, I. M.), grupo B com oxamniquine (100 mg/Kg, V. O.) e grupo C não tratados. Da mesma forma infectaram-se camundongos com cercárias da linhagem B H (mantida em laboratório) que foram tratados segundo dosagens acima, constituindo os grupos D com hycanthone,E com oxamniquine e F não tratados. Após 10 dias do tratamento, perfundiram-se os animais e foram feitos oogramas do intestino delgado. Na linhagem B H, nos grupos D e E, 98,0% dos vermes se localizaram nas veias intra-hepá-ticas e houve 100% de alteração dos oogramas (quando um ou mais estadios correspondentes a ovos imaturos estavam ausentes) ; no grupo F, 20,5% dos vermes encontravam-se no fígado e 0,0% de alteração dos oogramas. Na linhagem MAP, nos grupos A, B e C, cerca de 85,0% dos vermes localizavam-se nas veias mesentéricas e 0,0% de alteração dos oogramas. Assim, demonstra-se resistência em linhagem de S. mansoni proveniente de paciente tratado por hycanthone e oxamniquine. Além da importância clínica do achado ressalta-se as implicações epidemiológicas considerando-se que a resistência poderia ser transmitida a outras gerações do verme.

Altered Response of Strain of Schistosoma mansoni to Oxamniquine and Praziquantel

“…Our results show that the susceptibility of the Ouh strain to OXA and PZQ has changed when compared to results obtained for Brazilian strains by other Brazilian authors (Katz et al 1973, Dias et al 1978, Araújo et al 1996. Gomes et al (1993) showed that efficacy of OXA and PZQ on the F 1 generation of the parasite was 69.7% and 87.5%, respectively.…”

“…About 10 million Brazilian S. mansoni carriers have been treated with this drug (Almeida Machado 1982). It has been reported human strains of S. mansoni that have altered their susceptibility (resistance and/or tolerance) to OXA (Katz et al 1973, Dias et al 1978. The tolerance to PZQ has been reported in Senegal (Stelma et al 1995) and in Egypt (Ismail et al 1996), and even in Brazil, where it is rarely used (Gomes et al 1993, Araújo et al 1996.…”

Oxamniquine resistance alleles are widespread in Old World Schistosoma mansoni and predate drug deployment

“…Our molecular data are backed up by clinical observations from the early use of OXA. Resistant parasites were detected in Brazil in the 1970s [21,22], before any mass drug administration [14]. Similar observations of S .…”

Study of Schistosoma mansoni isolates from patients with failure of treatment with oxamniquine

“…The present results obtained for animals inoculated with S. mansoni isolates from patients with failure to oxamniquine did not confirm the probable resistance observed by Katz et al (1973) using a human strain of the parasite resistant to oxamniquine and to other schistosomicidal agents. Araújo et al (1980), Dias et al (1978Dias et al ( , 1982, Meang et al (1987), , emphasized similar results with Brazilian isolates from Minas Gerais. Kinoti (1987) reported variations in the suscetibility of S. mansoni to oxamniquine within certain areas of Brazil and Kenya.…”