2008
DOI: 10.1590/s0034-71672008000700009
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Hanseníase: estigma e preconceito vivenciados por pacientes institucionalizados em Santa Catarina (1940-1960)

Abstract: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagem sócio-histórica cujo objetivo foi conhecer o estigma e preconceito vivenciado por pacientes/residentes institucionalizados acometidos pela hanseníase. Para tanto, foram entrevistados três pacientes que viveram em um hospital colônia no período do estudo, utilizando-se o método de história oral. Os dados foram coletados e posteriormente analisados, utilizando-se do referencial de estigma. Os resultados evidenciaram que após o ingresso na instituição, esses doen… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1
1
1

Citation Types

0
2
0
13

Year Published

2014
2014
2019
2019

Publication Types

Select...
6
2

Relationship

0
8

Authors

Journals

citations
Cited by 15 publications
(15 citation statements)
references
References 1 publication
0
2
0
13
Order By: Relevance
“…15 A hanseníase é uma doença que, historicamente, suscitou o medo na sociedade: os pacientes eram excluídos do convívio de suas famílias e amigos ao serem internados compulsoriamente nos leprosários com o objetivo de evitar a propagação da doença. 6 Os comportamentos estigmatizantes evidenciam a importância da atuação dos profissionais de saúde, que tem o papel de orientar e divulgar informações adequadas sobre a hanseníase, para desmistificar a imagem negativa associada à doença. A conservação de conhecimentos equivocados sobre a hanseníase foi identificada como fator que contribui para a existência e manutenção do estigma em relação aos pacientes.…”
Section: Resultsunclassified
See 1 more Smart Citation
“…15 A hanseníase é uma doença que, historicamente, suscitou o medo na sociedade: os pacientes eram excluídos do convívio de suas famílias e amigos ao serem internados compulsoriamente nos leprosários com o objetivo de evitar a propagação da doença. 6 Os comportamentos estigmatizantes evidenciam a importância da atuação dos profissionais de saúde, que tem o papel de orientar e divulgar informações adequadas sobre a hanseníase, para desmistificar a imagem negativa associada à doença. A conservação de conhecimentos equivocados sobre a hanseníase foi identificada como fator que contribui para a existência e manutenção do estigma em relação aos pacientes.…”
Section: Resultsunclassified
“…3 Em relação à hanseníase, este impacto deve-se ao potencial incapacitante, com consequentes deformidades, que podem ocasionar problemas aos pacientes como diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social, problemas psicológicos 4 e manutenção do preconceito e do estigma relacionados à doença. 5 O estigma em hanseníase está diretamente vinculado com as questões relativas ao corpo ou a imagem 6 , a associação da doença ao pecado 7 , impurezas da alma e castigo divino. 8 Essa marca pode ser considerada uma advertência para evitar contatos sociais, pois se relaciona a um mal para a convivência social e, por isso, o paciente é visto como uma ameaça à sociedade, quando tem sua identidade deteriorada por uma ação social.…”
Section: Introductionunclassified
“…Em meados de 1940, famílias de portadores de hanseníase costumavam construir pequenas casas ou quartos separados e distantes para os doentes e, nesses lugares, davam a eles alimentos, roupas e medicamentos para que não saíssem daquele espaço e colocassem a família em risco 16 . Essa condição ainda permanece na sociedade atual, onde o medo da transmissão leva pessoas do próprio convívio familiar a discriminar e isolar o portador de hanseníase, principalmente quando as alterações corporais são aparentes.…”
Section: Discussionunclassified
“…A prática do isolamento não é mais utilizada, mas a autossegregação, bem como a autoestigmação se fazem comuns entre os pacientes acometidos pela doença, especialmente os que vivenciaram o confinamento, tendo sido vítimas da política de internação compulsória que vigorou, durante muito tempo, no Brasil e no mundo (BORENSTEIN et al, 2008). O sujeito acometido pela referida patologia era banido do convívio social e obrigado a reiniciar seu ciclo de vida em ambiente de confinamento, e tal invasão marcou seu histórico.…”
Section: O Discurso Sadio-doenteunclassified