RESUMOO estudo objetivou verificar o conhecimento dos profissionais de enfermagem de unidades de terapia intensiva (UTIs) sobre o processo transfusional. Consistiu em uma pesquisa descritiva de abordagem quantitativa realizada na UTI do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), entre julho e agosto de 2008, com 27 profissionais da equipe de enfermagem. A pesquisa teve parecer favorável do Comitê de Ética do HUOL (n.º 175/08). Os dados foram coletados por meio de um questionário e formulário de observação estruturados, além da consulta ao prontuário. Os dados evidenciaram predominância de profissionais jovens, na faixa etária entre 21 e 32 anos (63,0%), do sexo feminino (85,2%) e com nível médio completo (74,1%). Identificamos que o conhecimento sobre o processo transfusional, foi mais adequado nas etapas pré-transfusional e transfusional, e como inadequado na pós-transfusional. Os bolsistas foram os que apresentaram os menores escores de conhecimento nas três etapas. Os profissionais pesquisados, principalmente os técnicos de enfermagem bolsistas, apresentaram deficiências graves no tocante ao conhecimento sobre o processo transfusional, denotando-se inadequação para desenvolver essa terapêutica. Com conhecimento necessário e ações bem planejadas é possível avaliar resultados, buscar inovação, prevenir os erros e danos causados ao paciente e assim melhorar a qualidade de assistência prestada no cuidado com a saúde.Palavras-chave: transfusão de componentes sanguíneos. Assistência de enfermagem. Conhecimento. Unidades de terapia intensiva.
INTRODUÇÃOA hemoterapia, ou terapêutica transfusional, está assumindo um papel de extrema importância no tratamento de diversas patologias. Essa ciência vem sendo estudada há muitos anos, passando por várias fases, evoluindo rapidamente e apresentando uma grande perspectiva futura; porém foram necessárias experiências e tentativas, na maioria das vezes sem êxito, para que a ciência tornasse a transfusão de sangue um recurso que pudesse ser indicado para salvar vidas. Nos últimos anos houve uma considerável preocupação com a garantia da segurança transfusional, fato que foi desencadeado, principalmente, pelo envelhecimento da população, pelos índices da violência e dos acidentes, além dos avanços técnico-científicos na área da saúde, acarretando um aumento na demanda por transfusões (1) . Entre os motivos que contribuíram para o avanço da hemoterapia no país, podem ser citados os fatores econômicos, o desenvolvimento da genética molecular e da biotecnologia, a terapia celular, a inovação de equipamentos, os sistemas da qualidade e o interesse do hemoterapeuta por áreas científicas de ponta. Também não pode ser esquecido o impacto que a pandemia do vírus da imunodeficiência humana causou nos processos hemoterápicos (2)(3) . Com todas as mudanças ocorridas, exigem-seArtigo extraído da Dissertação "Atuação dos profissionais de enfermagem durante o processo transfusional na