Eu digo não, ela diz sim: a violência conjugal no discurso masculino

Abstract

This study aims to analize the violence between couples from the man's point of view. We adopted a qualitative methodology approach having as reference the Social Representation Theory. Ten adult men took part in the survey. They live in the Calafate community, in San Martin, Salvador-BA and had a relationship for at least 2 years. In order to collect the data, a semi-estructured interview was used. As a result, it was observed that the respondents agree directly with the process of men and women's socialization in order to define the way husband and wife behave in a relationship. This is an asymetric and hierarchical perspective, where the masculine tendencies are defined by the society, as well as the women's undefined social role. These two motives are pointed out as the explanation for the violence between couples.

Saúde do homem e masculinidades na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: uma revisão bibliográfica

“…Focusing on intergender violence, we cite the study by Alves and Diniz (2005), which through statements from lower income class men in Salvador, Bahia who were married for at least two years, identified traditional representations of masculinity. Among the motives presented by the interviewees for the occurrence of violence against their partners is women's failure to conform to the role socially attributed to the feminine, revealing the asymmetric relationship established in conjugal relationships, in which the man as the provider is meant to take up the role of domination, and the women the role of subordination.…”

Caracterização da violência física sofrida por prostitutas do interior piauiense

“…Estudo revelou que nos ambientes domésticos e laborais, as prostitutas foram violentadas, respectivamente, por ex-companheiros, 12 (60%), e por clientes, 6 (35,3%) (14) . E no que concerne à violên-cia conjugal, esta reflete uma concepção social de gênero, na qual o homem prevalece em posição superior à ocupada pela mulher, esperando sua subserviência e subordinação (18) . Ainda durante a investigação, as prostitutas vítimas de violência física foram questionadas quanto à procura por algum serviço, e somente 2 (18,1%) buscaram por este, sendo 1 (50%) Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, e 1 (50%) outras delegacias.…”

Cotidiano e implicações da violência contra as mulheres: revisão narrativa da produção científica de enfermagem. Brasil, 1994-2008

“…Tais circunstâncias geram decepção e baixa auto-estima, contribuído para a desconstrução do modelo idealizado de casamento e de relação conjugal (1)(2) . Tais dimensões encontram legitimidade nos alicerces das representações construídas socialmente e nas relações sociais travadas por homens e mulheres, trazendo implicações na vida e na saúde das mulheres não só no âmbito individual, como também no coletivo (2,(10)(11) . O discurso das mulheres expressa a violência como um fator natural, comum em um casamento, decorrente do poder outorgado socialmente aos homens, incorporando naturalização às situações de violência.…”

“…Os episódios de violência são repetitivos e progressivamente mais graves, caracterizados por situações de cronicidade e periodicidade crescente. Essa exposição crônica pode, também, ser perpetuada pelas gerações de mulheres (10,12) . Nessa direção, as mulheres percebem a violência como um fenômeno consciente e previsível, implicada em um processo biopsicossociocultural específico como parte das relações de gênero (11) .…”