ResumoO presente artigo introduz a problemática da gerência do trabalho em Enfermagem a partir de uma perspectiva teórico conceitual, levantando algumas implicações para a gerência das organizações, bem como seu impacto nas relações de trabalho e, conseqüentemente, para a saúde do trabalhador. Os principais resultados sobre formas e modalidades de cooperativas trazem a reflexão de que a proposta de mudanças positivas na categoria seguem na mão oposta ao progresso. Condições indignas de trabalho, assistência de pouca qualidade e remuneração baixa constituem principais fatores negativos deste processo de trabalho. Urge, portanto, retomar a discussão do que se espera da Enfermagem para os próximos tempos. Descritores: trabalho; gerência; enfermagem
IntroduçãoO trabalho em saúde é hoje, majoritariamente, um trabalho coletivo institucional, que se desenvolve com características do trabalho profissional e, também, da divisão parcelar ou pormenorizada do trabalho e da lógica taylorista de organização e gestão do trabalho (1) . Diversos autores têm apontado que o conjunto de atividades que não estão diretamente envolvidas na produção industrial e que não estão no setor primário da economia tem crescido, progressivamente, desde a Revolução Industrial. Esse conjunto de atividades constitui o chamado setor de serviços, e muitas delas, que eram feitas no âmbito da empresa, passaram a ser desenvolvidas por serviços especializados fora dela. Da mesma forma, cresceu o conjunto de atividades comerciais, de serviços de educação, de saúde, de segurança pública, dentre outros.Assim sendo, o objetivo deste estudo é analisar as práticas de gerenciamento de trabalho de enfermagem que despontam na atualidade, destacando-se as cooperativas e o seu papel na construção ou desconstrução de um modelo de enfermagema ser alcançado.
O trabalho em saúdeNo início do século XX, os resultados da aplicação dos princípios da gerência científica, baseados nas formulações de Taylor, começam a ser conhecidos e ampliados de forma crescente, influenciando não só o trabalho industrial, mas também o trabalho no setor de serviços. Surgem estudos sobre o tempo de execução das tarefas, registros das quantidades de trabalho desempenhado, rotinizações, reorganização física dos ambientes de trabalho para diminuição dos tempos gastos sem produção, etc. Para aumentar a produtividade, expandese a divisão parcelar do trabalho e a mecanização da produção (2) . Com o aumento do fluxo de trabalho e a aplicação de novos métodos de gerência, o processo é dividido em operações mínimas, e os trabalhadores perdem a compreensão da totalidade do processo de trabalho. O tempo empregado na atividade está sob constante exame e controle. O trabalho pensante fica restrito a um pequeno grupo, esperando-se da maioria a execução das atividades delegadas de cunho manual (2) . Para Braverman (2) , há extratos sociais chamados "camadas médias de emprego", que incluem, dentre outros, trabalhadores especializados como engenheiros, enfermeiros, técnicos, empregados de vendas, da administr...