GIR, E. et al. Doenças sexualmente transmissíveis: conceitos, atitudes e percepções entre coletores de lixo. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 25: 226-9, 1991. Apresentam-se os conceitos sobre DST entre 41(63,07%) coletores de lixo de uma cidade do interior de São Paulo, com a finalidade de oferecer subsídios para a elaboração de programas de educação em saúde sobre DST, para este grupo da população e outros similares. Da análise dos dados coletados, em entrevista com os indivíduos, obteve-se que um número apreciável destes trabalhadores possuem conceitos inadequados sobre as DST. Estes resultados vêm denotar a desinformação e ausência de conhecimento existente sobre o assunto, requerendo portanto a implementação de ações educativas.Descritores: Doenças sexualmente transmissíveis. Conhecimentos, atitudes e prática. Trabalhadores.
IntroduçãoDesde tempos remotos, as doenças sexualmente transmissíveis (DST) vêm acometendo a população, sendo que, ainda hoje, apesar de todo o avanço tecnológico e científico, estima-se elevada prevalência entre indivíduos de ambos os sexos, de diferentes classes sócio-econômico-culturais e com diversas práticas sexuais. Numerosos fatores determinam tal situação, dentre eles a rotatividade desregrada de parceiros e a falta de orientação adequada para as pessoas trabalharem essas questões, em relação a si e aos outros.Ainda que não bastasse a morbidade das DST, já conhecida em nível de saúde pública, surge a AIDS, que, além da morbidez, acaba levando o indivíduo acometido, à morte.No E, por esta razão, Antal 1 (1989) refere ser possível até ocorrer uma inversão na tendência crescente de algumas DST, em vista do aparecimento da AIDS, que com seu potencial letal vem provocando mudanças no comportamento sexual das pessoas. Contudo, as maiores preocupações não são apenas as altas prevalências das DST. As conseqüências refletidas na saúde materno-infantil que recaem, também, nos aspectos sócio-econômicos, por si só, são suficientes para que estas doenças sejam destacadas como um dos grandes problemas de saúde no Brasil.Portanto, planejou-se estudar uma população de nível sócio-econômico baixo para sondar qual a percepção que esta tem sobre o significado semântico de DST. Escolheu-se uma população de trabalhadores que executam atividades braçais e de menor condição social, os coletores de lixo*.Robazzi 7 (1984) constatou que os coletores de lixo são pessoas desinformadas em relação a vários aspectos gerais, incluindo seus vários direitos adquiridos por lei, enquanto trabalhadores, e a aspectos específicos como, por exemplo, a utilização de equipamentos de proteção individual. Além disso, possuem hábitos indesejáveis, como os de fumar e ingerir bebidas alcoólicas, inclusive durante o trabalho, além de não terem qualificação profissional de acordo com os vá-rios critérios recomendados, pois são recrutados ao serviço e, inclusive, não são submetidos a exames pré-admissionais ou periódicos, o que deveria acontecer pela insalubridade do trabalho que executam.Diante desse quadro, os autores desse estudo...