Densidade energética da dieta e fatores associados: como está a população de São Paulo?

Abstract

RESUMOObjetivo: Avaliar a densidade energética da dieta de adultos do município de São Paulo e fatores associados. Sujeitos e métodos: Participantes do estudo ISA-Capital, com amostragem probabilística (n = 710 adultos). O consumo alimentar foi avaliado pelo R24h. As correlações foram investigadas pelo coeficiente de correlação de Pearson. As associações com dados demográficos, socioeconômicos e de estilo de vida foram investigadas por modelos de regressão multivariados. Resultados: A densidade energética média foi 1,98 kcal/g (IC 95% [1,94; 2,01]) e correlacionou-se positivamente com a ingestão de energia, gordura, carboidrato, colesterol, gordura saturada, sacarose, gordura trans e açúcar adicionado e negativamente com fibras. Apenas idade e hábito de fumar apresentaram associação com a densidade energética. Conclusões: Os valores elevados da densidade energética da dieta e a relação demonstrada com outros constituintes nutricionais denotam má qualidade da dieta nessa população, o que pode estar contribuindo para crescentes taxas de excesso de peso. Arq Bras Endocrinol Metab. 2012;56(9):638-45 Descritores Avaliação nutricional; inquérito nutricional; hábitos alimentares; ingestão de energia ABSTRACT Objective: To evaluate dietary energy density in adults living in Sao Paulo and associated factors. Subjects and methods: Subjects were participants of ISA-Capital study, which was carried out with probabilistic sampling (n = 710 adults). Food consumption was assessed by R24h. Correlations with dietary constituents were evaluated using Pearson's correlation coefficient. Associations with demographic, socioeconomic and lifestyle data were investigated by multivariate regression models. Results: The average energy density was 1.98 kcal/g (95% CI [1.94, 2.01]). It was positively correlated with energy, fat, carbohydrate, cholesterol, saturated fat, sucrose, trans fat and added sugar intake; and negatively correlated with fiber intake. Only age and smoking were associated with energy density. Conclusions: High values of energy density and the relationship determined with other nutritional constituents denote the poor quality of the diet in this population, which may be contributing to the rising rates of overweight. Arq Bras Endocrinol Metab. 2012;56(9):638-45

Evaluation of the Effectiveness of Brazilian Community Restaurants for the Dimension of Low-Income People Access to Food

“…The average energy density of the menu (lunch) observed in this study was 1.15 kcal/g, lower than the average observed for CRs in Brazil (1.34 kcal/g) [22]. The average observed in this study is even lower than the values observed in other studies that varied from 1.25 kcal/g [40] to 1.98 kcal/g [41]. High values of energy density are related to the poor quality of the diet, which can contribute to the increase of excess weight [41].…”

“…The average observed in this study is even lower than the values observed in other studies that varied from 1.25 kcal/g [ 40 ] to 1.98 kcal/g [ 41 ]. High values of energy density are related to the poor quality of the diet, which can contribute to the increase of excess weight [ 41 ]. Considering such evidence, national and international organizations recommend avoiding high-energy-density foods or meals concentrated in few meals [ 14 , 42 ].…”

Diferenças e similaridades na qualidade da refeição do Brasil e Reino Unido: que lições podemos aprender?

“…A ascensão do sobrepeso e da obesidade está associada com as mudanças nos padrões alimentares: aumento do consumo de gorduras, excesso de açúcar, e consumo insuficiente de frutas e hortaliças, levando a um aumento da densidade energética das dietas (Gorgulho et al, 2013;Marchioni et al, 2012;Bigio et al, 2011 (Colucci et al, 2011), e esteve associado ao elevado consumo de refrigerantes, sucos industrializados, achocolatado em pó e biscoitos recheados (Bueno et al, 2012). Em contrapartida, na mesma população, a ingestão diária de frutas, legumes e verduras mostra-se abaixo dos níveis recomendados pelo Ministério da Saúde (400g) para mais de 90% da população (Bigio et al, 2011).…”