O título em português desta deliciosa história de J. D. Salinger tem me inspirado muitas vezes, quando me deparo com aquela sensação de bem-estar, subsequente a uma tarefa bem concluída (1). Esse fato acontece, especialmente, quando se recebe uma mensagem de aceitação para a publicação de um "paper" que foi bem desenhado, bem executado e bem escrito. Essa sensação de bem-estar é muito boa, mas pode trazer a percepção de que estamos indo bem no difícil caminho da ciência, o que pode nos levar ao imobilismo, que, por sua vez, nos coloca imediatamente para trás na competição constante na carreira de médico/cientista dedicado à pesquisa e ao ensino. Assim, depois do aceite do editor, festejo com todo o grupo − com uma taça de bom champanhe, mas logo a seguir lanço o mote acima, para que reiniciemos o trabalho imediatamente, uma vez que é importante progredir, melhorar sempre, mudar de patamar e não ficar fazendo sempre o mesmo.Esta introdução é para se fazer uma reflexão quanto ao que queremos dos ABE&M? A chamada "Pra cima com a viga, moçada" é para o novo editor que assumirá no pró-ximo ano, mas é também um repto aos endocrinologistas brasileiros no sentido de fortalecer, enobrecer e dar sustentabilidade aos ABE&M. O progresso dos ABE&M como revista científica tem sido evidente. De uma publicação irregular do ponto de vista de conteúdo e periodicidade − que acompanhei como jovem endocrinologista e editor-chefe, os ABE&M evoluíram, nestes últimos 10 anos, para uma revista cientí-fica de bom conteúdo, periodicidade e certificações internacionais -especialmente as indexações nas bases de dados do Index Medicus e do ISI Web of Knowledge/Journal Citation Report − JCR (2,3). Essa melhoria deveu-se à dedicação de seus editoreschefes neste período, Claudio Kater e Edna Kimura, de seus coeditores, do apoio das diversas diretorias da SBEM e, principalmente, da melhoria da infraestrutura de pesquisa e da qualificação dos diversos Programas de Pós-Graduação e de Residência na Endocrinologia Brasileira, decorrentes do apoio substancial do CNPq, Capes, FINEP e Fapesp, circunstâncias que geraram a formação de recursos humanos de qualidade e grupos sustentáveis de pesquisa, que propiciaram a produção de trabalhos de valor, reconhecidos pela comunidade científica internacional (4).Muito bem, em decorrência desses progressos, buscamos com afinco e competência o objetivo da indexação dos ABE&M e fomos merecidamente agraciados (2). Porém, se essa iniciativa nos colocou no desejado jogo da competição científica internacional, ao mesmo tempo nos fez olhar com realismo para a situação: ainda estamos longe de adquirir o status de revista internacional de referência e de escolha para a maioria dos autores, incluindo aqui os brasileiros. Para uma sociedade científica que se arvora em ser a terceira do mundo em número de associados e ter sido sede do Congresso Internacional de Endocrinologia, não é honroso, nem digno de elogios, possuir a revista que ocupa o 95º. lugar em citações entre os 105 títulos indexados publicados na área de endocri...