“…De maneira geral, o Estatuto da Família ainda é elemento significativo para compreender inclusive no Brasil hodierno os diversos ataques que os conservadorismos políticos, econômicos e morais promovem contra as tentativas de inserção social e reconhecimento político de sujeitos e grupos vulnerabilizados ou em risco psicossocialincluindo os referentes às composições de famílias não nucleares, não monogâmicas e não heterossexuais, tais como as homoafetivas, as monoparentais e as recompostas (Andrade, 2019;Pecheny, 2019). Assim, aquele projeto de lei ao apoiar um modelo tradicionalista e conservador e idealizado de família nuclear e heterossexual pode ser compreendido tanto como uma reação contra os questionamentos dos privilégios acumulados quanto como um pânico moral (o fim da família) pautado em elementos mais imaginários do que reais, mas suficientes para angariar respaldo popular e sustentação política (Balieiro, 2018;Miskolci, 2017;Miskolci & Campana, 2017).…”