“…A aparente orfandade reflete uma guinada nos estudos sobre sociologia do jornalismo e enquadramento noticioso (BENNETT e ENTMAN, 2000), que tiveram forte impulso ao longo dos anos 1980 e 1990, em decorrência, em certa medida, do clima de incertezas na geopolítica internacional, das crescentes transformações por que atravessou a sociedade em função de mudanças no panorama econômico e tecno-midiático, e, no âmbito acadêmico, da predominância alcançada pelos estudos que se apoiaram, mais uma vez, nas viradas linguística e construtivista desde então (MENDONÇA, 2016;REZENDE, 2018). Muito embora, diferentes autores tenham se ocupado de discutir a noção de brincadeira em outros campos com algum sucesso (CAILLOIS, 2017;SCHECHNER, 2012), não há relato, até recentemente, de que a brincadeira tenha sido compreendida como ação de protesto, sustentada pela exortação à performance coletiva e à politização dos indivíduos participantes.…”