Formação para o SUS: a trajetória de adesão de um curso de terapia ocupacional às políticas indutoras de mudança curricular Pró e PET-Saúde,

Abstract

Resumo Tendo por base a relevância das políticas indutoras da formação para, com e no Sistema Único de Saúde (SUS), este artigo apresenta a experiência da participação do Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro no Pró-Saúde e no PET-Saúde, bem como indica as perspectivas e desafios que ainda se configuram. Trata-se de um relato de experiência a respeito de como, juntamente com outros cursos da universidade, o curso de terapia ocupacional se lançou ao desafio de rever sua matriz curricular, criando metodologias de ensino e aprendizagem que favorecessem uma formação profissional eticamente compromissada com o SUS e que reconhecessem o papel estratégico da Atenção Básica à Saúde (ABS) nos modos de pensar e agir em saúde. Nesse contexto, foi eleita uma unidade básica de saúde no entorno da Universidade que passou a receber estudantes de seis disciplinas obrigatórias remodeladas para promover maior integração ensino-serviço. Também foram desenvolvidas ações de extensão e projetos de pesquisa abarcando populações historicamente atendidas pela terapia ocupacional, mas com acesso limitado à ABS. Por fim, foi criada uma disciplina obrigatória sobre o tema. As iniciativas do curso de terapia ocupacional se configuraram como resistência a processos de captura dos modos de produção do cuidado pela lógica produtivista, insistindo na sensibilização dos atores, na visibilidade a seus modos de saber-fazer alinhados à perspectiva da integralidade, e na articulação da construção de terrenos férteis para a produção de saúde e convivência com e nas diferenças.

Systematic mapping of knowledge production in graduate training in occupational therapy in territorial and community contexts in Brazil

“…In this direction, teaching, research, and university extension actions are developed with participation in federal programs; in this way, partnerships with health services, social assistance, education, culture, teams and professionals make continuing education an important support for this teaching (Oliver et al, 2012;Alonso et al, 2021).…”

“…In the publications, teaching guided by the National Curricular Guidelines (DCN) of the area stands out, mainly for professional training focused on the changes necessary to the Unified Health System and the approach to the real world of work, teams, services, and communities. In this sense, the objectives of this training are described as: articulation with public policies, professionalization of occupational therapists for territorial practices, training for the Unified Health System at all levels of care and at the individual, group and collective level (Krug, 2014;Palm, 2014;Palm et al, 2015;Furlan et al, 2014;Silva & Oliver, 2017;Pastore, 2018;Alonso et al, 2021;Chriguer, 2022).…”

“…Playful workshops in schools, beaches and youth centers (Panciera et al, 2021) and difference workshops (Silva & Borba, 2018) are also described. The latter was conceived as meetings aimed at triggering reflections that express the multiplicity of youth Publications by Palm (2014), Baldani (2016) and Alonso et al (2021) indicate that the strategies found within the scope of mental health teaching reveal the predominance of teaching-learning methods supported by the problematization and contextualization of reality, with training in context, dialogue and interaction with the various points of the Care Network being important. Psychosocial (RAPS).…”

Formação para atuação na Atenção Básica: a perspectiva de egressos de um curso de Terapia Ocupacional

“…No que diz respeito à categoria "Olhar Ampliado", Andrade & Falcão (2017), Campos et al (2013) Para a construção de vínculos entre serviço e usuários e para a formulação de saberes e práticas voltadas para a atenção básica, faz-se necessária a integração ensino-serviço desde o início da formação profissional em saúde, com a inserção dos estudantes no cenário real do SUS (Brasil, 2007;Campos et al, 2013). Porém, na atualidade observa-se um caminho na contramão destas necessidades, tendo em vista o enfraquecimento dos programas e políticas indutoras para a transformação dos currículos dos cursos de graduação na área da saúde, a exemplo do Pró/PET-Saúde (Alonso et al, 2021).…”

“…Outra estratégia adotada foi o Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-Saúde), que busca viabilizar programas de aperfeiçoamento e especialização em serviço dos profissionais da saúde, bem como de iniciação ao trabalho, estágios e vivências dirigidas aos estudantes da área, de acordo com as necessidades do SUS (Brasil, 2008). Alonso et al (2021) apontam inúmeros benefícios decorrentes dos programas Pró e PET-Saúde, que culminaram, inclusive, em algumas modificações no currículo do curso de Graduação analisado pelas autoras. Contudo, foram encontrados alguns desafios neste processo, tanto no que diz respeito à visão dos professores centrada na especialidade clínica, na dificuldade de construção de projetos interdisciplinares pela universidade como um todo e na participação parcial dos profissionais da rede.…”