Resumo Tendo por base a relevância das políticas indutoras da formação para, com e no Sistema Único de Saúde (SUS), este artigo apresenta a experiência da participação do Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro no Pró-Saúde e no PET-Saúde, bem como indica as perspectivas e desafios que ainda se configuram. Trata-se de um relato de experiência a respeito de como, juntamente com outros cursos da universidade, o curso de terapia ocupacional se lançou ao desafio de rever sua matriz curricular, criando metodologias de ensino e aprendizagem que favorecessem uma formação profissional eticamente compromissada com o SUS e que reconhecessem o papel estratégico da Atenção Básica à Saúde (ABS) nos modos de pensar e agir em saúde. Nesse contexto, foi eleita uma unidade básica de saúde no entorno da Universidade que passou a receber estudantes de seis disciplinas obrigatórias remodeladas para promover maior integração ensino-serviço. Também foram desenvolvidas ações de extensão e projetos de pesquisa abarcando populações historicamente atendidas pela terapia ocupacional, mas com acesso limitado à ABS. Por fim, foi criada uma disciplina obrigatória sobre o tema. As iniciativas do curso de terapia ocupacional se configuraram como resistência a processos de captura dos modos de produção do cuidado pela lógica produtivista, insistindo na sensibilização dos atores, na visibilidade a seus modos de saber-fazer alinhados à perspectiva da integralidade, e na articulação da construção de terrenos férteis para a produção de saúde e convivência com e nas diferenças.
A composição de imagens fotográficas de capa da REVISBRATO são os registros que expressam atividades que compõem o Laboratório de Estudos Africanos, integrado às atividades e à Terapia Ocupacional - Iṣẹ́ (Lab-Iṣẹ́) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O Lab-Iṣẹ́ se dedica às atividades através das perspectivas africanas e/ou afro-brasileiras, a fim de restituir a dívida histórica que violou direitos e negligenciou singularidades da população negra. Frente a isso, o Lab-Iṣẹ́ propõe estratégias para enfrentar o racismo e fortalecer as expressões existenciais do povo preto, objetivo central do que este Laboratório tem nomeado de Terapia Ocupacional Afrorreferenciada. Palavras-chave: População negra, Terapia Ocupacional, atividades, Africanas AbstractThe composition of photographs on the cover of the REVISBRATO magazine are the records that express the activities that make up the African Studies Lab, integrated with the activities and Occupational Therapy (OT) - Iṣẹ́ (Lab-Iṣẹ́) of the Federal University of Rio De Janeiro. Lab-Iṣẹ is dedicated to activities through the African and/or Afro-Brazillian perspectives, in order to compensate the historic debt that violated rights and neglected the singularities of the black community. Regarding that, Lab-Iṣẹ́ proposes strategies to face racism and empower the existencial expression of black people. This is the main goal that this Laboratory is calling “Afro-referenced Occupational Therapy”. Keywords: Black community, Occupational Therapy, activities, African Resumen La colección de imágenes de la portada de REVISBRATO son los registros que expresan los trabajos que conforman el laboratorio de Estudios Afrikanos y las actividades de Terapia Ocupacional – Iṣẹ́ (Lab-Iṣẹ́) de la Universidad Federal de Rio de Janeiro. El Lab-Iṣẹ́ desarrolla sus trabajos a través de las perspectivas africanas y / o afrobrasileñas, buscando restaurar la deuda histórica que violó los derechos y desconoció las singularidades de la población negra. En este contexto, el Lab-Iṣẹ́ tiene como objetivo la implementación de lo que han denominado como terapia ocupacional afro-referenciada, proponiendo estrategias para enfrentar el racismo y fortalecer las expresiones existenciales de la población negra. Palabras clave: Población negra, Terapia Ocupacional, actividades, Africano.
Este capítulo visa apresentar as ações implementadas, ao longo dos dez anos de existência, do Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da UFRJ. Ações que foram pensadas tanto nos âmbitos institucionais quanto interinstitucionais nas áreas do ensino de graduação e pós-graduação, na pesquisa, na extensão, na assistência e na gestão. O período compreende de 2009-2019. No texto será mapeado a conquista dos espaços físicos, o número de vagas de professores, a criação de projetos, laboratórios, grupos de pesquisa, eventos, dentre outras ações que foram sendo alcançadas. O objetivo é destacar narrativas, eventos, personagens e imagens que rememoram os dez primeiros anos de vida do Curso de Terapia Ocupacional da UFRJ, sem pretensão de esgotar a história que encontra-se em curso e em plena expansão. Iniciar este capítulo afirmando que o primeiro Curso de Graduação em Terapia Ocupacional no estado do Rio de Janeiro em instituição pública foi o da UFRJ é polêmico na história dos cursos públicos no Rio de Janeiro. Por um lado, foi o IFRJ a ter os primeiros editais e contratações de professores para a graduação de Terapia Ocupacional em 2006, antes mesmo de ter o Curso aprovado. Por outro lado, a UFRJ foi a primeira a aprovar o projeto político pedagógico de curso em instâncias superiores de instituições públicas, aprovado pelo chamado Consuni (Conselho Universitário da Universidade). Os documentos atestam que em 28 de maio de 2008, o Curso da UFRJ foi aprovado no Conselho de Ensino Superior (CEG), e em 26 de junho de 2008 pelo Consuni, publicado no Boletim Interno da UFRJ em 17 de julho de 2008 . Concomitante a este processo, a Resolução nº 13, 11/07/2008, atesta a aprovação e autorização do Curso de graduação em Terapia Ocupacional do IFRJ, na instância superior, o Conselho Diretor do CEFET Química-RJ, atual Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Após a validação dos cursos, ambas as instituições iniciaram suas primeiras turmas em 2009, o IFRJ no primeiro semestre e a UFRJ no segundo semestre do mesmo ano, cada instituição ofertando 30 alunos por semestre. Além disso, os documentos também atestam que o reconhecimento do Curso do IFRJ se deu pela Portaria SERES/MEC nº 305 de 27/12/2012 enquanto que o da UFRJ se deu pela Portaria 112 de 14/02/2014 publicado no Diário Oficial da União em 17/02/2014.
COSTA M. C.; ALMEIDA, M. V. M. Esquizo-ocupação: uma ferramenta de análise da instituição Terapia Ocupacional. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 15, n. 1, p. 11-6, jan./abr., 2004. RESUMO: O presente artigo propõe o conceito-exercício 'esquizo-ocupação' como uma ferramenta de análise para problematizar a instituição 'Terapia Ocupacional'. Inspirada na esquizoanálise e na análise de como a instituição 'terapia ocupacional' vem se constituindo enquanto um campo de saber, o conceito-exercício 'esquizo-ocupação' não será proposto como um Modelo dotado de verdades, direcionador de técnicas e/ou procedimentos, mas sim como uma ferramenta de análise a ser operada quotidianamente na terapia ocupacional. A utilização desta ferramenta visa a possibilitar a emergência de posicionamentos éticos e políticos em uma profissão compromissada com o social e não a serviço de interesses hegemônicos. Com isto, o conceito-exercício 'esquizoocupação' será tomado para instigar no terapeuta ocupacional uma visão caleidoscópica sobre as atividades, os modelos e os métodos. Uma provocação para desnaturalizar, para estranhar as habituais análises de atividades. Uma provocação que se propõe a compor múltiplos olhares, múltiplos sentidos da terapia ocupacional. DESCRITORES:Terapia Ocupacional/ tendências.Prática profissional/tendências. Psicanálise/ tendências.
Como produzir uma Terapia Ocupacional em território brasileiro, habitado em sua maioria por pessoas pretas, e que tenha a África como perspectiva? Essa é uma indagação pulsante e ritmada que faz parte de um intenso processo de discussão, em curso, entre os integrantes do Lab − Laboratório de Estudos Africanos, integrado às atividades e à Terapia Ocupacional- . Importante destacar que como compromisso ético com as perspectivas africanas, a palavra na língua Yorubá “ ” foi incorporada às abordagens afrorreferenciadas da Terapia Ocupacional. é uma palavra da língua Yorùbá, que tem origem na raiz do verbo “Ọe”, que carrega um signifi cado próximo ao que conhecemos como “a ação de fazer”. Sendo assim, pode ser traduzido por atividade, ocupação ou trabalho (BENISTE, 2011), termos presentes no campo de estudo, produção de conhecimento e prática da Terapia Ocupacional. Lab- é o primeiro Laboratório do Departamento de Terapia Ocupacional e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro que se dedica, especifi camente, aos estudos relacionados às atividades nas perspectivas africanas e/ou afro-brasileiras (COSTA et al, 2020, p.734). Lab- é, portanto, o quilombo de pesquisadores negros, em sua maioria da Terapia Ocupacional, mas também das Artes, da Psicologia, da Nutrição, do Design; um quilombo que se orgulha dos nomes e das mercadorias que cada um coloca nesse grande mercado de trocas.
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